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Dólar sobe a R$ 2,872 no balcão com o foco no exterior

Moeda teve o maior valor de fechamento em mais de dez anos, desde 25 de outubro de 2004


	Dólar: moeda encerrou em alta de 0,24% no balcão, aos R$ 2,8720
 (Ingram Publishing/ThinkStock)

Dólar: moeda encerrou em alta de 0,24% no balcão, aos R$ 2,8720 (Ingram Publishing/ThinkStock)

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Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2015 às 16h26.

São Paulo - O real segue em queda livre. Em meio à expectativa com a reunião do Eurogrupo sobre a Grécia e da avaliação negativa da economia brasileira, os investidores mais uma vez foram em busca da segurança da moeda americana no Brasil.

Isso fez o dólar chegar a subir para acima dos R$ 2,88 durante esta sexta-feira, 20, para depois encerrar em alta de 0,24% no balcão, aos R$ 2,8720. Este é o maior valor de fechamento em mais de dez anos, desde 25 de outubro de 2004.

No mercado futuro, o dólar para março - que encerra apenas às 18 horas - já oscilava perto da estabilidade, após as primeiras notícias sobre a reunião na Europa.

Pela manhã, o dólar chegou a ceder ante o real, com alguns players ensaiando uma realização dos lucros mais recentes, vendendo moeda.

Às 9h18, a moeda americana marcou a mínima de R$ 2,8550 (-0,35%).

O primeiro leilão de swap cambial (equivalente à venda de dólares no mercado futuro) realizado pelo Banco Central no dia, às 9h30, também contribuía para certo viés de baixa para a moeda americana.

Na operação, o BC vendeu 2 mil contratos, injetando US$ 98,1 milhões no sistema.

Só que ainda pela manhã o dólar saltou para o território positivo, com os investidores de olho no que ocorria na Europa.

A expectativa em torno da reunião de ministros de Finanças na zona do euro (Eurogrupo) com representantes da Grécia, marcada para o início da tarde, trazia certa cautela para os negócios.

À tarde, aliás, surgiu a notícia de que o governo grego enviou acidentalmente uma carta "errada" a Bruxelas ontem, sendo que a versão "correta" teria um perfil mais de acordo com o que se espera do país para renovação do programa de empréstimo.

No exterior, as dúvidas sobre a situação da Grécia e de sua permanência na zona do euro se traduziram em movimentos mistos para o dólar ante as demais divisas: a moeda dos EUA sustentava perdas ante o dólar australiano e o neozelandês, por exemplo, mas avançava ante o peso mexicano e a rupia indiana.

No Brasil, os investidores preferiram buscar dólares, ainda mais porque a percepção sobre a economia local segue ruim.

Hoje foi um dia de agenda esvaziada de indicadores econômicos por aqui, mas o mercado seguiu mais "comprador" do que "vendedor" de moeda.

Para se ter uma ideia, nas últimas dez sessões, o dólar subiu ante o real em nove delas.

Na máxima da sessão, vista às 13h59, o dólar marcou R$ 2,8850 no balcão, em alta de 0,70%.

Naquele momento, profissionais citavam, para justificar o movimento, a espera pelo resultado da reunião do Eurogrupo e o fortalecimento do dólar ante algumas moedas emergentes no exterior.

Perto do fechamento no balcão, surgiram notícias de que os desembolsos à Grécia seriam condicionados a reformas e que a ajuda ao país seria estendida por quatro meses.

Em reação, o dólar para março se reaproximou da estabilidade e, há pouco, registrava leve alta de 0,14%, aos R$ 2,8805.

O giro financeiro à vista era contido e somava apenas US$ 1,015 bilhão perto das 16h30. Já o contrato para março havia movimentado cerca de US$ 12 bilhões no horário acima.

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