Dólares: a moeda dos Estados Unidos foi beneficiada também por mais um dia de indefinições na Europa (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2012 às 18h18.
São Paulo - A deterioração do cenário internacional, depois de duas rodadas de revisões para pior nas estimativas de crescimento global e das economias centrais - feitas pelo Banco Mundial (Bird) e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) - impulsionou a alta do dólar diante da maior parte das moedas. No mercado doméstico, o dólar chegou a cair em reação à injeção de dinheiro feita na China, mas as preocupações com a atividade pesaram mais e a moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 2,036, com avanço de 0,34% no mercado à vista de balcão, depois de bater máxima de R$ 2,039. Na BM&F, a cotação à vista ficou em R$ 2,034 (+0,25%) e, às 16h30, o dólar futuro para novembro valia R$ 2,043, com alta de 0,27%.
A moeda dos Estados Unidos foi beneficiada também por mais um dia de indefinições na Europa. O mercado aguardava com grandes expectativas as reuniões de segunda-feira do Eurogrupo (ministro de finanças da zona do euro) e desta terça-feira do Ecofin (ministros de finanças da União Europeia), mas nenhuma novidade concreta surgiu e a frustração pesou sobre a moeda única. A despeito de tudo caminhar a contento para mais um aporte de recursos a Portugal, as incertezas com relação à Grécia e à Espanha continuam. Às 16h42, a cotação do euro era de US$ 1,2873, ante US$ 1,2968 no final da tarde de ontem em Nova York. E isso respingou no real e em outras divisas de risco.
Por fim, os especialistas do mercado brasileiro de câmbio começam a ficar pessimistas com relação aos fluxos de recursos para o País. Ao contrário do que se previa anteriormente, alguns avaliam que os saldos cambiais podem continuar negativos, ecoando os resultados dos últimos dois meses. Em setembro, houve saída líquida de US$ 534 milhões e, em agosto, saíram US$ 896 milhões. Na quarta-feira sai a primeira parcial de outubro e, se a percepção de fluxo negativo estiver correta, pode haver pressão de alta no dólar.
Nesta terça-feira alguns operadores identificaram presença firme de importadores nas mesas, o que engrossou o sentimento de que as saídas podem superar as entradas de dólares nos próximos meses. "Lá fora, as projeções continuam se deteriorando, o que prejudica as estimativas de exportações brasileiras. Ao mesmo tempo, espera-se recuperação, o que reforça as importações", explicou um analista.