EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 18 de março de 2010 às 18h11.
A preocupação com a situação fiscal da Grécia e com os rumos da política monetária dos Estados Unidos provocou nesta quinta-feira alta de mais de 1 por cento do dólar, que também reagiu à decisão do Banco Central de manter a taxa básica de juros.
A moeda norte-americana avançou 1,25 por cento, a 1,788 real. Foi a maior alta diária desde 4 de fevereiro.
Em março, a queda acumulada pelo dólar diminuiu para 1 por cento.
"Teve um monte de ingredientes (para a alta)", disse João Medeiros, diretor de câmbio da corretora Pioneer, citando a queda de quase 1 por cento do euro ante o dólar, a manutenção da Selic e a diminuição das perspectivas de entrada de recursos.
A jornada fraca do euro, que chegou a ser cotado abaixo de 1,36 dólar, ocorreu por causa do maior pessimismo com a Grécia.
No começo do dia, uma reportagem da agência Dow Jones afirmava que o país buscaria auxílio do Fundo Monetário Internacional (FMI) no início de abril. O artigo foi criticado pelo governo grego, que junto com o Fundo reiterou não ter pedido ajuda à instituição.
A alta do dólar no mercado internacional também foi atribuída, no meio do dia, a especulações de mercado sobre um possível aumento da taxa de redesconto nos Estados Unidos. O Federal Reserve disse que não comenta rumores.
No âmbito local, a decisão do Copom de manter a Selic em 8,75 por cento ao ano deixou o mercado mais cauteloso, não tanto pela taxa, mas pelas circunstâncias políticas em que aconteceu a reunião, segundo profissionais do mercado.
A reunião do Copom pode ter sido a última com Henrique Meirelles na presidência, já que ele pode deixar o Banco Central se optar por disputar as eleições deste ano.
Além disso, os agentes receberam mais uma notícia desanimadora em termos de ingressos de recursos: a Renova Energia suspendeu por 60 dias o pedido de abertura de capital na bolsa, com valor de até cerca de 870 milhões de reais.
Nesta semana, o dólar já fora pressionado para cima por causa da redução da oferta de ações da OSX, que prometia movimentar até 9,9 bilhões de reais, mas terá volume de no máximo 3,3 bilhões de reais.
O país registrou, nas duas primeiras semanas de março, saída líquida de 1,542 bilhões de dólares. O fluxo negativo não evitou a queda do dólar no período, devido às apostas dos investidores em uma retomada dos ingressos com o aumento dos embarques agrícolas e as ofertas de ações.