Mercados

Dólar se aproxima de R$3,10 com otimismo sobre pauta econômica

Investidores apostam que eventual nova denúncia contra Temer foi enfraquecida após o acordo de delação da JBS correr o risco de ser cancelado

Dólar: a expectativa era de que Janot encaminhasse nova denúncia contra Temer até a próxima semana (iStock/Thinkstock)

Dólar: a expectativa era de que Janot encaminhasse nova denúncia contra Temer até a próxima semana (iStock/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 5 de setembro de 2017 às 17h26.

São Paulo - O dólar terminou a terça-feira em queda pela quinta sessão consecutiva e mais perto dos 3,10 reais, com os investidores apostando que eventual nova denúncia contra o presidente Michel Temer foi enfraquecida após o acordo de delação fechado pelos executivos do grupo J&F correr o risco de ser cancelado.

Com isso, o governo conseguiria se fortalecer politicamente e encaminhar com mais segurança a pauta econômica no Congresso Nacional.

O dólar recuou 0,57 por cento, a 3,1192 reais na venda, depois de marcar a mínima do dia de 3,1121 reais. Nesses cinco pregões de baixa, acumulou recuo de 1,39 por cento. O dólar futuro caía cerca de 0,75 por cento.

"O fato enfraquece politicamente o Ministério Público, alavancando o otimismo da base aliada do Planalto na direção de possível aprovação da reforma da Previdência ainda neste ano", afirmou a corretora Correparti em relatório.

Na véspera, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a abertura de investigação para apurar indícios da prática de crimes omitidos por delatores da J&F em áudio entregue pelo grupo ao Ministério Público, o que poderá levar à rescisão dos benefícios concedidos, mas destacou que as provas apresentadas por eles até o momento continuam válidas.

A expectativa era de que Janot encaminhasse nova denúncia contra Temer até a próxima semana, algo que obrigaria o presidente a fazer ainda mais negociações no Congresso para conseguir barrá-la, como ocorreu com a primeira, quando foi acusado de corrupção passiva.

Com a reviravolta de agora, cresceu a avaliação entre os investidores de que Temer ganhou mais fôlego político e, consequentemente, a pauta econômica no Legislativo. E, nesta terça-feira, estão marcadas duas votações que serão um teste.

O plenário do Senado vota a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) e o do Congresso Nacional aprecia os destaques ao projeto que eleva as metas de déficit primário de 2017 e 2018.

Nesta tarde, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu a necessidade de se aprovar a reforma da Previdência sem enxugar o texto aprovado pela comissão especial da Câmara.

"É ruim começar já entregando o paletó", disse Maia ao criticar a tese de que é preciso fazer novas concessões para que a reforma seja aprovada. Ele ocupa a Presidência da República interinamente.

O cenário externo também ajudou na queda do dólar frente ao real neste pregão. A moeda norte-americana recuava ante uma cesta de moedas e também ante algumas divisas de países emergentes, como o peso chileno e o rand sul-africano.

O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão, por ora. Em outubro, vencem 9,975 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.

Acompanhe tudo sobre:Banco ABCCâmbioDólar

Mais de Mercados

BTG vê "ventos favoráveis" e volta recomendar compra da Klabin; ações sobem

Ibovespa fecha em queda e dólar bate R$ 5,81 após cancelamento de reunião sobre pacote fiscal

Donald Trump Jr. aposta na economia conservadora com novo fundo de investimento

Unilever desiste de vender divisão de sorvetes para fundos e aposta em spin-off