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Dólar salta mais de 1% ante real com cautela eleitoral e exterior

Às 11:56, o dólar avançava 1,32%, a 4,1262 reais na venda, depois de terminar agosto com a maior alta mensal desde setembro de 2015, de 8,46%

Notas de dólar (Ian Waldie/Reuters)

Notas de dólar (Ian Waldie/Reuters)

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Reuters

Publicado em 3 de setembro de 2018 às 10h48.

Última atualização em 3 de setembro de 2018 às 13h29.

São Paulo - O dólar saltava mais de 1 por cento ante o real nesta segunda-feira, com a cautela predominando entre os investidores devido ao cenário eleitoral doméstico e às preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros.

Às 11:56, o dólar avançava 1,32 por cento, a 4,1262 reais na venda, depois de terminar agosto com a maior alta mensal desde setembro de 2015, de 8,46 por cento. O dólar futuro avançava cerca de 1,7 por cento.

"O cenário ainda é incerto, tanto com a guerra comercial quanto com o desfecho das eleições. E ainda há menor liquidez com o feriado dos EUA", afirmou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora local, referindo-se ao Dia do Trabalho norte-americano que mantinha os mercados locais fechados.

Apesar de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter barrado a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência no final de semana, líder em todas as pesquisas de intenção de voto, ele apareceu nas campanhas de rádio e televisão. Para o mercado, isso pode aumentar a transferência de votos dele para seu candidato a vice na chapa, Fernando Haddad.

Nesta manhã, o TSE mandou suspender a veiculação de propaganda eleitoral que apresente Lula como candidato a presidente e determinou multa de 500 mil reais para cada propaganda veiculada no rádio em caso de descumprimento.

"A maior cautela do mercado hoje é uma grande transferência de votos de Lula para seu (ao que tudo indica) sucessor, Fernando Haddad", trouxe a H.Commcor Corretora em relatório.

O mercado enxerga que o PT teria menos cuidado com a questão fiscal do país, sem fazer as reformas que considera importante para o ajuste das contas públicas.

Os investidores aguardavam ainda novas pesquisas de intenção de votos: Ibope, na terça-feira, e Datafolha na quinta-feira.

Levantamento conhecido nesta segunda-feira, do Banco BTG, mostrou que Jair Bolsonaro (PSL) seguia na liderança, mas em segundo lugar apareceu Ciro Gomes (PDT), que ultrapassou Marina Silva (Rede). Geraldo Alckmin (PSDB), candidato que mais agrada ao mercado, continuava patinando.

No exterior, os investidores monitoravam ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais. No final de semana, o presidente norte-americano, Donald Trump, disse que o Canadá não era necessário no acordo do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

Há temores de que a economia mundial seja afetada por essa disputa. A China, que corre o risco de ter novas tarifas sobre 200 bilhões de dólares em produtos pelos Estados Unidos, divulgou que seu crescimento industrial desacelerou para a mínima em 14 meses em agosto, justamente por causa da guerra comercial com os Estados Unidos.

O dólar avançava com força ante outras divisas de países emergentes, com destaque para a lira turca, depois que a inflação no país saltou para quase 18 por cento. Ante a cesta de moedas fortes, o dólar rondava a estabilidade.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 10,9 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 545 milhões de dólares do total de 9,801 bilhões de dólares que vence em outubro.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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