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Dólar salta 3% e caminha a R$ 4 com briga pela Ptax

A Ptax, taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para uma série de contratos cambiais, fechou a 3,9048 reais para a venda


	Dolares: "Acabando a Ptax, o mercado seguiu o cenário doméstico complicado", disse o especialista em câmbio da Icap, Ítalo Abucater
 (Thinkstock/Ingram Publishing)

Dolares: "Acabando a Ptax, o mercado seguiu o cenário doméstico complicado", disse o especialista em câmbio da Icap, Ítalo Abucater (Thinkstock/Ingram Publishing)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2015 às 13h24.

São Paulo - O dólar subia com força sobre o real no início da tarde desta quarta-feira, após a briga para a formação da Ptax e o volume reduzido acentuarem a valorização da moeda norte-americana na última sessão regular do ano.

A Ptax, taxa calculada pelo Banco Central que serve de referência para uma série de contratos cambiais, fechou a 3,9048 reais para a venda.

Às 13:55,o dólar avançava 3,07 por cento, a 3,9960 reais na venda Na máxima do dia, a moeda norte-americana chegou a 3,9991 reais, caminhando para fechar o ano com ganhos acumulados de cerca de 50 por cento, o que seria o maior desde 2002.

"Acabando a Ptax, o mercado seguiu o cenário doméstico complicado", disse o especialista em câmbio da Icap, Ítalo Abucater.

"O (lado) técnico não mudou, o cenário é ruim e o dólar para o primeiro trimestre segue a trajetória de alta", completou.

Os investidores seguiam atentos à situação fiscal do país e aguardam os comentários do secretário interino do Tesouro, Otávio Ladeira, nesta tarde, sobre o equacionamento das chamadas pedaladas fiscais.

Na véspera, Ladeira disse que o governo federal considera estratégico pagar integralmente neste ano as pedalas fiscais de 57 bilhões de reais.

"A gente já sabe que vai ter esse acerto... É previsível que tenha déficit grande este ano e isso precisa ser ajustado para não ter o mesmo problema no ano que vem", disse o gerente de câmbio da TOV Corretora, Reginaldo Siaca.

O mercado tem reagido com força às incertezas políticas e fiscais no país, temendo que a presidente Dilma Rousseff volte atrás e afrouxe o compromisso com a austeridade fiscal diante da pressão de seu impeachment no Legislativo.

Essa percepção foi fortalecida recentemente pela substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda.

"Como tem poucos 'trades' no mercado, fica mais fácil (para mexer as cotações)", afirmou o operador da uma corretora nacional, acrescentando que pelo fato de ser o último pregão do ano, muitos investidores trabalhavam para puxar os preços.

O BC fará nesta tarde leilão de venda de até 1,4 bilhão de dólares com compromisso de recompra, com objetivo de rolar contratos já existentes.

Os investidores também aguardavam o anúncio do BC para a rolagem dos swaps cambiais que vencem em fevereiro, equivalente a 10,431 bilhões de dólares.

O dólar também subia, mas com menos força, em relação a outras moedas de países emergentes, como Chile e México, em meio à forte queda nos preços do petróleo nesta sessão.

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