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Dólar ronda estabilidade com exterior, com cautela do BC

Em relação a uma cesta de divisas, o dólar ganhava 0,25%

Notas de dólar (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2012 às 12h35.

São Paulo - O dólar rondava a estabilidade ante o real nesta sexta-feira, com investidores preocupados com o futuro da Grécia na zona do euro e dados mistos nos Estados Unidos deixando dúvidas sobre as chances de estímulo monetário em breve pelo Federal Reserve, o banco central do país.

Às 11h53, a moeda norte-americana tinha oscilação positiva de 0,04 por cento, para 2,0261 reais na venda. Em relação a uma cesta de divisas, o dólar ganhava 0,25 por cento.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, assegurou nesta sexta-feira ao primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, que quer que o país permaneça na zona do euro, mas não deu sinais de ceder aos seus pedidos de mais tempo para cumprir os rígidos termos do resgate internacional de Atenas.

"A Merkel não deixou claro o que será feito quanto à Grécia, e portanto ainda existe o risco de o país sair da zona do euro", afirmou o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.

Por outro lado, uma alta surpreendente nas encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos exercia pressão contrária sobre o dólar, que antes da divulgação de tais dados chegou a 2,0320 reais na máxima do dia. Além disso, os dados colocavam dúvidas sobre a possibilidade de uma nova rodada de estímulo monetário pelo Fed em breve.

Os pedidos de bens duráveis saltaram 4,2 por cento em julho.

Economistas consultados pela Reuters esperavam que os pedidos subissem 2,4 por cento no período. Mas o segundo mês seguido de declínio na medida de planos de investimento empresarial apontou para desaceleração da tendência de crescimento no setor industrial do país.

"Há alguma incerteza hoje, na medida em que o mercado se antecipou um pouco em termos de o Fed fazer uma rodada de estímulo monetário no futuro imediato", afirmou o economista para a América Latina do Standard Chartered em Nova York, Mike Moran.

No caso de tal operação, também chamada de "quantitative easing" e que consiste numa impressão de dinheiro novo para compra de títulos, parte desses fluxos poderia se dirigir para mercados emergentes como o Brasil, pressionando o dólar para baixo.


Sombra do BC

Analistas destacavam ainda que a vigilância do Banco Central brasileiro sobre o mercado de câmbio mantinha os investidores cautelosos, embora o cenário internacional estivesse colaborando para afastar o dólar do piso informal de 2 reais.

"O BC sempre tem uma influência no mercado. Isso porque ele mostrou que continua interessado em manter o dólar dentro da banda informal de 2 e 2,10 reais", disse Nakahodo, do Banco de Tokyo-Mitsubishi. "O mercado entende que, caso haja um recuo do dólar, haverá uma nova intervenção do BC", acrescentou o consultor.

A autoridade monetária brasileira voltou a intervir no mercado de câmbio na terça-feira, por meio de um leilão de swap cambial reverso --equivalente à compra de dólares no mercado futuro--, operação que não fazia há quase cinco meses e que segurou o dólar acima dos 2 reais. (Reportagem de Natália Cacioli; reportagem adicional de Anna Irrera no Rio de Janeiro; Edição de Camila Moreira)

São Paulo - O dólar rondava a estabilidade ante o real nesta sexta-feira, com investidores preocupados com o futuro da Grécia na zona do euro e dados mistos nos Estados Unidos deixando dúvidas sobre as chances de estímulo monetário em breve pelo Federal Reserve, o banco central do país.

Às 11h53, a moeda norte-americana tinha oscilação positiva de 0,04 por cento, para 2,0261 reais na venda. Em relação a uma cesta de divisas, o dólar ganhava 0,25 por cento.

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, assegurou nesta sexta-feira ao primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, que quer que o país permaneça na zona do euro, mas não deu sinais de ceder aos seus pedidos de mais tempo para cumprir os rígidos termos do resgate internacional de Atenas.

"A Merkel não deixou claro o que será feito quanto à Grécia, e portanto ainda existe o risco de o país sair da zona do euro", afirmou o consultor de pesquisas econômicas do Banco de Tokyo-Mitsubishi Mauricio Nakahodo.

Por outro lado, uma alta surpreendente nas encomendas de bens duráveis nos Estados Unidos exercia pressão contrária sobre o dólar, que antes da divulgação de tais dados chegou a 2,0320 reais na máxima do dia. Além disso, os dados colocavam dúvidas sobre a possibilidade de uma nova rodada de estímulo monetário pelo Fed em breve.

Os pedidos de bens duráveis saltaram 4,2 por cento em julho.

Economistas consultados pela Reuters esperavam que os pedidos subissem 2,4 por cento no período. Mas o segundo mês seguido de declínio na medida de planos de investimento empresarial apontou para desaceleração da tendência de crescimento no setor industrial do país.

"Há alguma incerteza hoje, na medida em que o mercado se antecipou um pouco em termos de o Fed fazer uma rodada de estímulo monetário no futuro imediato", afirmou o economista para a América Latina do Standard Chartered em Nova York, Mike Moran.

No caso de tal operação, também chamada de "quantitative easing" e que consiste numa impressão de dinheiro novo para compra de títulos, parte desses fluxos poderia se dirigir para mercados emergentes como o Brasil, pressionando o dólar para baixo.


Sombra do BC

Analistas destacavam ainda que a vigilância do Banco Central brasileiro sobre o mercado de câmbio mantinha os investidores cautelosos, embora o cenário internacional estivesse colaborando para afastar o dólar do piso informal de 2 reais.

"O BC sempre tem uma influência no mercado. Isso porque ele mostrou que continua interessado em manter o dólar dentro da banda informal de 2 e 2,10 reais", disse Nakahodo, do Banco de Tokyo-Mitsubishi. "O mercado entende que, caso haja um recuo do dólar, haverá uma nova intervenção do BC", acrescentou o consultor.

A autoridade monetária brasileira voltou a intervir no mercado de câmbio na terça-feira, por meio de um leilão de swap cambial reverso --equivalente à compra de dólares no mercado futuro--, operação que não fazia há quase cinco meses e que segurou o dólar acima dos 2 reais. (Reportagem de Natália Cacioli; reportagem adicional de Anna Irrera no Rio de Janeiro; Edição de Camila Moreira)

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