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Dólar recua influenciado por otimismo com reforma da Previdência

O presidente da comissão especial da Previdência, Carlos Marun (PMDB-MS), disse que a votação está mantida para a quarta-feira

Dólar: "Acredito que o governo já tem o número de votos necessários. Grande parte dos indecisos e daqueles que não tinham declarado seus votos estava aguardando o resultado das manifestações" (foto/Thinkstock)

Dólar: "Acredito que o governo já tem o número de votos necessários. Grande parte dos indecisos e daqueles que não tinham declarado seus votos estava aguardando o resultado das manifestações" (foto/Thinkstock)

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Reuters

Publicado em 2 de maio de 2017 às 17h55.

São Paulo  - O dólar terminou a terça-feira em queda ante o real, com a confiança dos investidores de que o governo conseguirá votar a reforma da Previdência em comissão especial da Câmara no dia seguinte, e aprovar o texto, e também com a atuação dos exportadores quando a moeda encostou em 3,20 reais.

O dólar recuou 0,68 por cento, a 3,1534 reais na venda, depois de ter marcado a máxima a 3,1967 reais. Na mínima, a moeda foi a 3,1466 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,70 por cento.

"Acredito que o governo já tem o número de votos necessários. Grande parte dos indecisos e daqueles que não tinham declarado seus votos estava aguardando o resultado das manifestações", avaliou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora nacional.

O presidente da comissão especial da Previdência, Carlos Marun (PMDB-MS), disse que a votação está mantida para a quarta-feira e que o governo tem os votos necessários para aprovar o texto, declaração que reforçou a trajetória de baixa da moeda durante a tarde.

Na véspera, o presidente Michel Temer se reuniu com ministros e parlamentares da base para discutir estratégias para aprovar os textos não só da Previdência como também da reforma trabalhista, e prometeu retaliar os aliados que não apoiarem.

A primeira fase dos cortes já começou, em cargos na estrutura do Ministério da Agricultura e do Instituto Nacional do Seguro Nacional (INSS).

Em mensagem para celebrar o Dia do Trabalho, na segunda-feira, Temer defendeu a reforma trabalhista e disse que as mudanças na lei, aprovadas na Câmara na semana passada, vão acelerar a criação de empregos e garantir os direitos dos trabalhadores.

Pesquisa Datafolha divulgada na véspera, entretanto, apontou que a maioria dos brasileiros acha que a proposta beneficia mais os empresários que os trabalhadores. O levantamento mostrou ainda que a maioria é contra as mudanças na Previdência.

No início do dia, o dólar chegou a operar em alta, com os investidores ainda cautelosos com o desenrolar da reforma da Previdência. Mas a elevação levou a moeda para perto de 3,20 reais acabou atraindo vendedores.

"O mercado quer saber qual o poder do presidente Michel Temer em relação à reforma, de agregar a base. Assim, interessa se manter comprado (apostando na alta do dólar)", explicou mais cedo o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado, para justificar a pressão de alta da moeda.

A semana ainda reserva a decisão de política monetária pelo Federal Reserve, banco central norte-americano, na quarta-feira, e relatório de criação de vagas nos Estados Unidos na sexta-feira.

"Mesmo com a leitura de que o Fed não deve aumentar o juro norte-americano neste mês, o mercado também se protege para o evento", afirmou Amado.

No exterior, o dólar recuava ante o euro, em semana decisiva nas eleições francesas, e também ante uma cesta de moedas. O movimento ante emergentes era misto, com queda ante o rand e alta ante o peso mexicano

O Banco Central não anunciou qualquer intervenção para o mercado de câmbio para esta sessão. Em junho, vencem 4,435 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.

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