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Dólar oscila em sessão marcada por clima de cautela

Dólar alternava entre altas e baixas, em sessão marcada por cautela de investidores


	Dólar: presidente do BC participa de audiência pública no Senado
 (Getty Images)

Dólar: presidente do BC participa de audiência pública no Senado (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2016 às 11h51.

São Paulo - O dólar alternava entre leves altas e baixas frente ao real nesta terça-feira, com investidores evitando grandes apostas enquanto aguardavam a participação do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em audiência no Senado nesta manhã.

A cautela vem predominando no mercado desde a sessão passada, com operadores evitando grandes apostas antes do início do julgamento do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, na quinta-feira, e do discurso da chair do Federal Reserve, banco central norte-americano, Janet Yellen, na sexta-feira.

Às 11:22, o dólar avançava 0,08 por cento, a 3,2040 reais na venda, após chegar a 3,2056 reais na máxima e a 3,1849 reais na mínima do dia. O dólar futuro tinha leve alta de 0,02 por cento nesta manhã.

"O mercado não tem muito em cima do que operar, deve dar uma aquecida conforme a semana for avançando", disse o operador da corretora B&T Marcos Trabbold.

Ilan participará de audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal nesta manhã. Investidores buscarão em suas palavras pistas sobre as intenções do BC no mercado de câmbio, após declarações do presidente interino Michel Temer gerarem alguma confusão sobre se a instituição vai agir para evitar quedas mais fortes do dólar.

Nesta manhã, o BC vendeu novamente 10 mil swaps reversos, que equivalem a compra futura de dólares, mantendo o ritmo mais lento de intervenções. A autoridade monetária chegou a vender 15 mil swaps reversos por dia entre 11 e 18 deste mês.

Investidores aguardavam também o início do julgamento de Dilma, marcado para quinta-feira e que deve terminar na semana que vem. Espera-se amplamente que seu impeachment seja confirmado, o que pode servir de gatilho para mais entradas de capitais no país.

"Contanto que o quadro externo de apetite por risco permaneça, o real deve continuar apresentando bom desempenho, embora haja alguns riscos domésticos que é preciso ter em mente (recessão, desemprego e incerteza política)", escreveram analistas do HSBC em relatório.

Eles projetam que o dólar terminará o terceiro trimestre a 3,35 reais, mas reconhecem a possibilidade de terem de revisar para baixo essa projeção.

No quadro externo, operadores continuavam a debater a possibilidade de o Fed elevar os juros neste ano, que vem ganhando força diante de declarações otimistas de diversas autoridades do banco central norte-americano.

Investidores voltarão a calibrar essas apostas na sexta-feira, quando Yellen falará em conferência de bancos centrais em Jackson Hole, nos EUA.

Juros norte-americanos mais altos podem pressionar moedas emergentes, que costumam atrair recursos externos com rendimentos elevados.

*Atualizada às 11h51

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