Notas de dólar: o dólar à vista no balcão terminou a sessão em queda de 1,31%, a R$ 2,3320 (Scott Eells/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 16h38.
São Paulo - Ao contrário do que era esperado pelos investidores, o forte desempenho do mercado de trabalho dos EUA em novembro, que pode levar o Federal Reserve e reduzir seus estímulos já este mês, não provocou grandes correções nos preços dos ativos nesta sexta-feira, 06.
Ao sinalizar uma força inesperada da economia norte-americana, o dado acabou incentivando o apetite por risco, impulsionando o real e pressionando os juros futuros. No caso específico do dólar ante o real, o fato de o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, ter garantido, ontem, a continuidade do hedge cambial em 2014 também foi determinante para a desvalorização da divisa dos EUA.
Segundo divulgou hoje o Departamento de Trabalho norte-americano, os EUA criaram 203 mil empregos em novembro, mais do que as 180 mil vagas previstas por analistas consultados pela Dow Jones Newswires.
A taxa de desemprego caiu para 7,0% no mês passado, o menor nível em cinco anos, ante 7,3% em outubro e abaixo da previsão de 7,2%. Além disso, o índice de confiança do consumidor medido pela Reuters/Universidade de Michigan preliminar de dezembro subiu a 82,5, de 75,1 no final de novembro. O dado superou a previsão dos economistas, que esperavam um resultado de 76,5.
Em vez de focar na possibilidade do Fed reduzir a injeção de dinheiro na economia, os investidores preferiram dar atenção para o desempenho da economia norte-americana, que vem ganhando força nos últimos meses, como evidenciam diversos indicadores econômicos divulgados recentemente.
Com isso, moedas emergentes, como o real, se beneficiaram. "O investidor estrangeiro está tomando risco, não é só o real que está subindo ante o dólar hoje", comenta Fernando Bergallo, gerente de câmbio da TOV Corretora.
O anúncio feito ontem pelo presidente do BC também levou a um movimento amplo de desmonte de apostas na alta do dólar. Para se ter uma ideia do impacto desse comentário, a posição líquida comprada dos estrangeiros em contratos futuros de dólar, que era de 189.903 contratos na quarta-feira, passou para 141.052 contratos no fim da tarde de ontem.
Nesse cenário, o dólar à vista no balcão terminou a sessão em queda de 1,31%, a R$ 2,3320. O giro ficou em torno de US$ 950,10 milhões, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa. Já no mercado futuro o dólar para janeiro caía 1,18% por volta das 16h30, a R$ 2,3430, com volume de negociação próximo de US$ 16,94 bilhões.