Câmbio: dólar rondava a estabilidade ante o real nesta quarta-feira (Guadalupe Pardo/Reuters)
Reuters
Publicado em 17 de abril de 2019 às 09h26.
Última atualização em 17 de abril de 2019 às 13h20.
São Paulo — As compras de dólares voltavam a predominar no mercado brasileiro nesta quarta-feira, com a moeda superando 3,94 reais, nas máximas em três semanas, impulsionada por mais um capítulo de incerteza sobre o andamento da reforma da Previdência.
Às 12h51, o dólar à vista subia 1,09 por cento, a 3,9449 reais. O dólar futuro tinha alta de 0,9 por cento.
Investidores começaram o dia tendo em mente que a sessão na CCJ desta quarta votaria a admissibilidade do texto. Mas após a abertura da sessão novos sinais de desorganização do governo e obstáculos da oposição indicaram maiores chances de a votação ocorrer apenas na semana que vem. No final, o governo acabou tendo que aceitar que a votação da reforma na comissão ficará para a próxima terça-feira.
"A ressaca de uma reforma que não houve ainda nem começou. E o grande problema é que o mercado embarcou de cabeça na aprovação de qualquer reforma", alertou um operador, destacando que o mercado tem baixado a régua das exigências diante da incerteza cada vez maior sobre o encaminhamento da proposta que muda as regras das aposentadorias.
Na véspera, o BofA Merrill Lynch divulgou pesquisa mostrando que a maioria dos gestores agora vislumbra uma economia de 500 bilhões de reais como um resultado positivo da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Previdência, contra 700 bilhões de reais no mês passado.
O real amargava nesta sessão o pior desempenho numa lista de 33 pares do dólar, evidência de que questões idiossincráticas têm feito mais preço no câmbio.
A falta de clareza sobre o caminho para a reforma levou o J.P. Morgan a revisar recentemente para cima a projeção para o dólar ao fim do segundo trimestre, a 3,80 reais.
O Banco Central vendeu o lote integral de 5.350 contratos de swap cambial tradicional ofertados nesta quarta-feira em operação de rolagem do vencimento maio. Em 13 leilões neste mês, o BC já vendeu 3,478 bilhões de dólares nesses contratos. O lote a expirar em 2 de maio é de 5,343 bilhões de dólares. (Por José de Castro; Edição de Paula Arend Laier)