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Dólar recua 0,52% em fevereiro, mas continua a R$ 4

Depois de três meses em alta, moeda fechou em queda em fevereiro, mas ainda no patamar de 4 reais

Dólar: no dia, moeda subiu 0,15 por cento e foi a 4 reais; no ano, até agora, valorização é de 1,41 por cento (Adam Gault/Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de fevereiro de 2016 às 17h30.

São Paulo - O dólar interrompeu três altas mensais consecutivas e fechou fevereiro em leve queda, mas ainda a 4 reais, movimento influenciado pelo cenário externo favorável e pela ressaca após a intensa e recente pressão no cenário local, que tem levado alguns analistas a rever suas apostas na continuidade da alta da moeda norte-americana.

Nesta segunda-feira, o dólar avançou 0,15 por cento, a 4,0035 reais na venda, acumulando queda de 0,52 por cento em fevereiro, após avançar ao todo 4,18 por cento nos três meses anteriores. No ano, soma leve valorização de 1,41 por cento.

"Boa parte das más notícias já está no preço. A menos que haja um choque muito grande, acredito que o dólar tem espaço para continuar oscilando perto de 4 reais nos próximos meses", disse o economista-chefe para mercados emergentes da consultoria Capital Economics, Neil Shearing.

Ele acrescentou que o salto de quase 50 por cento no dólar frente ao real no ano passado limita o espaço para o fortalecimento da moeda norte-americana. "O real já sofreu muito. Em algum momento, o que era visto como uma moeda fraca começa a ser visto como uma moeda barata", afirmou.

Após sofrerem forte pressão no início do ano, moedas de países emergentes tiveram algum alívio neste mês conforme investidores apostavam que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode evitar aumentar os juros em meio a sinais de fraqueza na economia global. Reforços na intervenção de bancos centrais também ajudaram moedas como os pesos mexicano e colombiano.

Mesmo comparado com esses mercados, porém, o desempenho do real tem se sobressaído, em meio à recuperação das contas externas brasileiras e os altos juros brasileiros.

Esse movimento tem levado alguns operadores a questionar a expectativa, que até o fim do ano passado era praticamente consensual, de que o dólar deve continuar avançando contra o real.

No entanto, a maior parte dos analistas não foi convencida e acredita que as incertezas políticas devem levar o dólar a voltar a subir em breve. "O mercado deve perceber em breve que a situação do Brasil é preocupante. Não tem motivo suficiente para manter o dólar baixo", disse o especialista em câmbio da corretora Icap, Ítalo Abucater.

Pesquisa Focus do Banco Central mostra que economistas de instituições financeiras projetam que a moeda norte-americana deve fechar o ano a 4,35 reais.

Nesta sessão, o dólar chegou a cair a 3,9505 reais na mínima do dia, influenciado pela decisão do banco central da China de reduzir a taxa de compulsório dos bancos pela quinta vez desde fevereiro de 2015, buscando estimular a economia.

Também contribuiu para o alívio o leilão de venda de até 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra promovido pelo BC nesta tarde, com fim de rolar contratos já existentes. O BC vem promovendo operações desse tipo no último pregão do mês desde novembro passado.

Até agora, a autoridade monetária não anunciou o início da rolagem dos swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, que vencem em abril. O BC rolou integralmente os últimos sete lotes e a expectativa é que faça o mesmo com o lote de abril, equivalente a 10,092 bilhões de dólares.

A queda do dólar perdeu força nesta sessão, porém, passada a formação da Ptax de fevereiro, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. No fim do mês, operadores costumam disputar para deslocar a taxa a patamares favoráveis a suas posições.

Também adicionou volatilidade ao mercado o contexto de incertezas políticas no Brasil. O Barclays ressaltou em relatório que a prisão do marqueteiro João Santana, as críticas do PT ao ajuste fiscal do governo e sinais de afastamento dos movimentos sociais aumentariam as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O mercado tem reagido positivamente à possibilidade de mudanças no governo, mas analistas ressaltam que um impeachment pode resultar em um quadro pouco favorável a reformas econômicas.

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São Paulo - O dólar interrompeu três altas mensais consecutivas e fechou fevereiro em leve queda, mas ainda a 4 reais, movimento influenciado pelo cenário externo favorável e pela ressaca após a intensa e recente pressão no cenário local, que tem levado alguns analistas a rever suas apostas na continuidade da alta da moeda norte-americana.

Nesta segunda-feira, o dólar avançou 0,15 por cento, a 4,0035 reais na venda, acumulando queda de 0,52 por cento em fevereiro, após avançar ao todo 4,18 por cento nos três meses anteriores. No ano, soma leve valorização de 1,41 por cento.

"Boa parte das más notícias já está no preço. A menos que haja um choque muito grande, acredito que o dólar tem espaço para continuar oscilando perto de 4 reais nos próximos meses", disse o economista-chefe para mercados emergentes da consultoria Capital Economics, Neil Shearing.

Ele acrescentou que o salto de quase 50 por cento no dólar frente ao real no ano passado limita o espaço para o fortalecimento da moeda norte-americana. "O real já sofreu muito. Em algum momento, o que era visto como uma moeda fraca começa a ser visto como uma moeda barata", afirmou.

Após sofrerem forte pressão no início do ano, moedas de países emergentes tiveram algum alívio neste mês conforme investidores apostavam que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode evitar aumentar os juros em meio a sinais de fraqueza na economia global. Reforços na intervenção de bancos centrais também ajudaram moedas como os pesos mexicano e colombiano.

Mesmo comparado com esses mercados, porém, o desempenho do real tem se sobressaído, em meio à recuperação das contas externas brasileiras e os altos juros brasileiros.

Esse movimento tem levado alguns operadores a questionar a expectativa, que até o fim do ano passado era praticamente consensual, de que o dólar deve continuar avançando contra o real.

No entanto, a maior parte dos analistas não foi convencida e acredita que as incertezas políticas devem levar o dólar a voltar a subir em breve. "O mercado deve perceber em breve que a situação do Brasil é preocupante. Não tem motivo suficiente para manter o dólar baixo", disse o especialista em câmbio da corretora Icap, Ítalo Abucater.

Pesquisa Focus do Banco Central mostra que economistas de instituições financeiras projetam que a moeda norte-americana deve fechar o ano a 4,35 reais.

Nesta sessão, o dólar chegou a cair a 3,9505 reais na mínima do dia, influenciado pela decisão do banco central da China de reduzir a taxa de compulsório dos bancos pela quinta vez desde fevereiro de 2015, buscando estimular a economia.

Também contribuiu para o alívio o leilão de venda de até 2 bilhões de dólares com compromisso de recompra promovido pelo BC nesta tarde, com fim de rolar contratos já existentes. O BC vem promovendo operações desse tipo no último pregão do mês desde novembro passado.

Até agora, a autoridade monetária não anunciou o início da rolagem dos swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, que vencem em abril. O BC rolou integralmente os últimos sete lotes e a expectativa é que faça o mesmo com o lote de abril, equivalente a 10,092 bilhões de dólares.

A queda do dólar perdeu força nesta sessão, porém, passada a formação da Ptax de fevereiro, taxa calculada pelo BC que serve de referência para diversos contratos cambiais. No fim do mês, operadores costumam disputar para deslocar a taxa a patamares favoráveis a suas posições.

Também adicionou volatilidade ao mercado o contexto de incertezas políticas no Brasil. O Barclays ressaltou em relatório que a prisão do marqueteiro João Santana, as críticas do PT ao ajuste fiscal do governo e sinais de afastamento dos movimentos sociais aumentariam as chances de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

O mercado tem reagido positivamente à possibilidade de mudanças no governo, mas analistas ressaltam que um impeachment pode resultar em um quadro pouco favorável a reformas econômicas.

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