Dólar pode ir a R$ 1,85 em 2012 com novas medidas e China
A economista Flavia Cattan-Naslausky, do RBS, disse os sinais de recuperação da economia americana podem afetar mais o Brasil e o Chile do que os chineses
Da Redação
Publicado em 22 de março de 2012 às 13h44.
São Paulo - As ações do governo para desvalorizar o real e a desaceleração econômica da China podem ajudar a levar o valor médio do dólar este ano para R$ 1,85, disse Flavia Cattan-Naslausky, estrategista do Royal Bank of Scotland.
“O mercado de câmbio está refletindo o cenário externo e a expectativa de medidas novas”, disse Flavia em entrevista por telefone de Nova York. “Dependendo do que vier em termos de política cambial, poderá machucar muito o real”.
A economista do RBS disse que a desaceleração na China e os sinais de recuperação da economia americana podem levar a uma diferenciação entre o comportamento dos mercados da América Latina.
“Brasil e Chile podem ser mais afetados pela China. As moedas de países mais ligados aos EUA, como México e Colômbia, podem ter melhor desempenho”.
O real caiu 6,2 por cento contra o dólar em março e tem a maior perda entre as 16 principais divisas acompanhadas pela Bloomberg. A moeda brasileira reduziu os ganhos acumulados em 2012 após o governo ampliar o prazo dos empréstimos externos expostos ao Imposto sobre Operações Financeiras e depois de o Banco Central acelerar o corte da taxa básica para 0,75 ponto percentual. O dólar sobe contra a moeda brasileira também após indicadores na China e Europa ampliarem os receios de uma desaceleração da economia mundial.
Pouso suave
O impacto da desaceleração da China, maior importador de commodities exportadas pelo Brasil como o minério de ferro, poderá ser limitado pela confirmação de que esta desaceleração será gradual, o chamado pouso suave, disse Flavia.
“Os nossos economistas na Ásia ainda esperam que a China tenha um soft landing. Os chineses têm ferramentas para conseguir isso.”
Flavia disse que uma desvalorização mais intensa do real também poderá ser evitada pelas expectativas ainda positivas em termos de fluxo cambial diante da taxa de juros ainda próxima de 10 por cento e do crescimento da economia.
A economista do RBS disse ainda que o cenário político poderá afetar os mercados no Brasil caso as dificuldades do governo no Congresso, a desaceleração econômica e a proximidade das eleições municipais levem à adoção de medidas prejudiciais à economia.
“As notícias nos jornais são de que a Dilma não está conseguindo passar nada no Congresso. Isso preocupa um pouco”, disse Flavia, referindo-se às dificuldades da presidente Dilma Rousseff em votações como a Lei Geral da Copa de 2014.
São Paulo - As ações do governo para desvalorizar o real e a desaceleração econômica da China podem ajudar a levar o valor médio do dólar este ano para R$ 1,85, disse Flavia Cattan-Naslausky, estrategista do Royal Bank of Scotland.
“O mercado de câmbio está refletindo o cenário externo e a expectativa de medidas novas”, disse Flavia em entrevista por telefone de Nova York. “Dependendo do que vier em termos de política cambial, poderá machucar muito o real”.
A economista do RBS disse que a desaceleração na China e os sinais de recuperação da economia americana podem levar a uma diferenciação entre o comportamento dos mercados da América Latina.
“Brasil e Chile podem ser mais afetados pela China. As moedas de países mais ligados aos EUA, como México e Colômbia, podem ter melhor desempenho”.
O real caiu 6,2 por cento contra o dólar em março e tem a maior perda entre as 16 principais divisas acompanhadas pela Bloomberg. A moeda brasileira reduziu os ganhos acumulados em 2012 após o governo ampliar o prazo dos empréstimos externos expostos ao Imposto sobre Operações Financeiras e depois de o Banco Central acelerar o corte da taxa básica para 0,75 ponto percentual. O dólar sobe contra a moeda brasileira também após indicadores na China e Europa ampliarem os receios de uma desaceleração da economia mundial.
Pouso suave
O impacto da desaceleração da China, maior importador de commodities exportadas pelo Brasil como o minério de ferro, poderá ser limitado pela confirmação de que esta desaceleração será gradual, o chamado pouso suave, disse Flavia.
“Os nossos economistas na Ásia ainda esperam que a China tenha um soft landing. Os chineses têm ferramentas para conseguir isso.”
Flavia disse que uma desvalorização mais intensa do real também poderá ser evitada pelas expectativas ainda positivas em termos de fluxo cambial diante da taxa de juros ainda próxima de 10 por cento e do crescimento da economia.
A economista do RBS disse ainda que o cenário político poderá afetar os mercados no Brasil caso as dificuldades do governo no Congresso, a desaceleração econômica e a proximidade das eleições municipais levem à adoção de medidas prejudiciais à economia.
“As notícias nos jornais são de que a Dilma não está conseguindo passar nada no Congresso. Isso preocupa um pouco”, disse Flavia, referindo-se às dificuldades da presidente Dilma Rousseff em votações como a Lei Geral da Copa de 2014.