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Dólar fecha quase estável, a R$3,81, por Banco Central

A moeda fechou perto da estabilidade, permanecendo acima de 3,80 reais, com investidores adotando cautela sobre o Congresso e após o BC reforçar sua intervenção


	Dólares: dólar recuou 0,04 por cento, a 3,8170 reais na venda
 (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dólares: dólar recuou 0,04 por cento, a 3,8170 reais na venda (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2015 às 16h27.

São Paulo - O dólar fechou perto da estabilidade nesta terça-feira, permanecendo acima de 3,80 reais, com investidores adotando cautela em meio a votações no Congresso relacionadas ao ajuste fiscal e após o Banco Central reforçar sua intervenção no mercado ao ofertar dólares com compromisso de recompra.

O dólar recuou 0,04 por cento, a 3,8170 reais na venda. A moeda norte-americana chegou a cair a 3,7868 reais na mínima do dia após a divulgação de dados em linha com as expectativas sobre a inflação nos Estados Unidos, mas o movimento perdeu força ao longo da tarde.

"O mercado mais ou menos assentou nesses patamares, perto de 3,80 reais. Enquanto não houver alguma notícia de peso, que possa dar novo fôlego ao mercado, o investidor vai hesitar em sair dessas cotações", disse o estrategista de um banco internacional.

O BC ofertou até 500 milhões de dólares em leilões de linha nesta tarde, que não tiveram objetivo de rolar contratos já existentes. Foram ofertados dólares com data de recompra em 4 de abril e 5 de julho de 2016.

A operação, a quinta desse tipo neste mês, também cumpre a função de atender à demanda por dólares típica de fim de ano, relacionada principalmente a exportadores.

O BC também deu continuidade, nesta manhã, à rolagem dos swaps cambiais que vencem em dezembro. Até agora, a autoridade monetária rolou o equivalente a 6,491 bilhões de dólares, ou cerca de 60 por cento do lote total, que corresponde a 10,905 bilhões de dólares.

O reforço na intervenção vem em dia marcado por votações importantes no Congresso Nacional. A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou, no final da tarde, mudança na meta de superávit primário de 2015, permitindo que o governo possa mostrar déficit primário de até 117 bilhões de reais em 2015.

"A aprovação (da meta fiscal deste ano) é positiva, é um motivo para o mercado ficar tranquilo. Mas ainda há muita incerteza à frente, é difícil imaginar o dólar muito mais baixo", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado.

Mais tarde, está prevista a análise pelo Congresso dos vetos presidenciais às chamadas "pautas-bomba" com destaque para o reajuste dos servidores do Judiciário.

"O clima volta a esquentar em Brasília", disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa. "O Banco Central preferiu se antecipar e anunciou mais leilão de linha para evitar eventual pressão do dólar sobre o real".

O dólar chegou a mostrar quedas mais expressivas após os preços aos consumidores nos Estados Unidos subirem em outubro em linha com as expectativas, após dois meses seguidos de queda.

Segundo operadores, muitos investidores apostavam que os números seriam mais fortes, desmontando suas apostas após a divulgação dos números.

Ainda assim, continuaram firmes as apostas na elevação dos juros norte-americanos no mês que vem, o que pode atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em países como o Brasil.

"Devemos esperar que o movimento se reverta se a ata do Fed amanhã for 'hawkish'", afirmou pela manhã economista da 4Cast, Pedro Tuesta, referindo-se à ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês).

Texto atualizado às 17h27

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