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Dólar fecha praticamente estável ante real, de olho no BC

O dólar fechou com leve baixa de 0,08 por cento, a 2,0263 reais para venda, mantendo o perfil de pouca volatilidade visto nos últimos dias


	Dólar: em setembro todo, a moeda norte-americana registrou perdas de 0,13 por cento
 (AFP)

Dólar: em setembro todo, a moeda norte-americana registrou perdas de 0,13 por cento (AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2012 às 18h09.

São Paulo - Ainda sob a pressão do Banco Central, o dólar encerrou esta segunda-feira praticamente estável frente ao real. Os investidores continuam sem coragem para testar o piso informal de 2 reais imposto pelo governo para a moeda.

O dólar fechou com leve baixa de 0,08 por cento, a 2,0263 reais para venda, mantendo o perfil de pouca volatilidade visto nos últimos dias. Em setembro todo, a moeda norte-americana registrou perdas de 0,13 por cento.

"O dólar não cai como deveria porque tem um comprador muito forte que já se manifestou", afirmou o operador de câmbio da Interbolsa do Brasil Ovídio Soares.

Ele referiu-se ao BC que, em meados de setembro, atuou pesado no mercado cambial para evitar que a moeda norte-americana caísse abaixo de 2 reais. O governo quer manter o real desvalorizado para melhorar a competitividade da indústria brasileira no mercado internacional.

Soares diz que o mercado continua recebendo mais dólares do que perdendo e, mesmo com notícias boas lá fora, a divisa norte-americana não cede no mercado local.


"Tem todo o cenário para derrubar a cotação, mas não ocorre por causa do BC", acrescentou ele, lembrando que essa é a tendência para o curto prazo, pelo menos.

Além do BC, o Ministério da Fazenda também tem deixado claro que vai manter o real desvalorizado. Recentemente, o ministro Guido Mantega disse que, caso seja necessário, usaria a artilharia do governo para impedir a queda do dólar.

Segundo dados mais recentes do BC, o fluxo cambial --entrada e saída de moeda estrangeira do país-- estava positivo em 647 milhões de dólares em setembro, até o dia 21, mostrando que o país continuava atraindo mais dólares, ainda que de forma mais lenta.

Nem mesmo as boas notícias no exterior nesta segunda-feira fizeram o mercado cambial no Brasil mudar de rumo. Nos Estados Unidos, o setor industrial cresceu pela primeira vez desde maio passado e o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, defendeu o plano de compra de títulos da instituição.

Os temores de intervenção do BC no país fizeram com que o dólar se descolasse do movimento visto no exterior. Às 17h30 (horário de Brasília), a moeda norte-americana tinha queda de 0,15 por cento ante uma cesta de divisas.

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