Dólar fecha março em queda de 7,7% e recua quase 15% no ano
Fluxo de capital estrangeiro e política monetária adiantada beneficiam o real
Beatriz Quesada
Publicado em 31 de março de 2022 às 17h12.
Última atualização em 31 de março de 2022 às 17h22.
Assim como nos dois primeiros meses do ano, o fluxo de capital estrangeiro na bolsa brasileira beneficiou o real. O investidor estrangeiro já conta com um saldo positivo de R$ 89,64 bilhões no ano de 2022. O movimento ajudou o dólar comercial a encerrar o mês de março em queda de 7,7%. No ano, a moeda recua 14,63%.
O mês, no entanto, foi de forte volatilidade para o câmbio devido ao cenário global conturbado. O dólar chegou a subir no início de março com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, que levou os investidores a buscar proteção na moeda. A tendência, porém, se inverteu ao longo do mês.
“A apreciação do real veio em duas frentes. A primeira é a entrada do investidor estrangeiro porque, a despeito dos efeitos negativos da guerra, houve um entendimento de que havia benefícios para a bolsa local via preços das commodities. O segundo fator é o Brasil estar bem adiantado no ciclo de aperto monetário em comparação com economias desenvolvidas, como Estados Unidos e Europa”, disse João Maurício Rosal, economista-chefe da Terra Investimentos.
Na última sessão de março, o dólar comercial caiu 0,57%, aos R$ 4,759. Os últimos dias foram de volatilidade no câmbio com a aproximação do fechamento do mês.
O sobe e desce tem origem no movimento técnico de formação da Ptax — taxa de câmbio calculada pelo Banco Central e usada como referência para contratos envolvendo negócios em dólar. A Ptax é calculada diariamente, mas costuma ficar mais volátil no último pregão do mês, quando é gerada a Ptax que será utilizada para contratos cambiais no mês seguinte.