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Dólar fecha em baixa com exterior e relega Copom

No mercado à vista, a moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 2,030 no balcão

A Moody's também disse que a aprovação no Congresso do aumento do limite do endividamento no dia 2 de agosto é um "passo dado numa boa direção, o da redução do déficit"
 ( Karen Bleier/AFP)

A Moody's também disse que a aprovação no Congresso do aumento do limite do endividamento no dia 2 de agosto é um "passo dado numa boa direção, o da redução do déficit" ( Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2012 às 18h27.

São Paulo - No dia em que o Banco Central divulgou a ata do Copom, na qual o mercado financeiro doméstico esperava encontrar pistas para apostar mais firmemente em qual será o desfecho do atual ciclo de queda da Selic, o anúncio do programa do Banco Central Europeu (BCE) e os indicadores positivos de emprego dos Estados Unidos roubaram as atenções e definiram o rumo do dólar ante o real. Diante de um noticiário tão vasto e importante, as cotações foram e voltaram, em linha com o comportamento internacional das moedas, mas acabou prevalecendo o otimismo e o dólar fechou esta quinta-feira em queda.

No mercado à vista, a moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 2,030 (-0,44%) no balcão. Na BM&F somente um negócio foi fechado, a R$ 2,041 (-0,15%). Como sexta-feira é feriado da Independência, a semana encerrou com o dólar estável, uma vez que o fechamento do dia 31 também foi de R$ 2,030. Já a taxa oficial do Banco Central acumulou alta de 0,04%, saindo de R$ 2,0372, no dia 31, para R$ 2,0381 nesta quinta-feira. No mercado futuro, o dólar outubro estava em R$ 2,036, com recuo de 0,56% às 17h30.

Um dos motivos pelos quais a ata do Copom foi relegada a segundo plano na formação dos preços do dólar ante o real foi o fato de os investidores não conseguirem um consenso a partir da leitura do documento e continuarem divididos sobre a decisão que deve ser tomada em outubro. Pesquisa relâmpago realizada na nesta quinta-feira junto a 32 instituições, após a divulgação do documento do Copom, mostra que 16 delas acreditam que o ciclo de aperto monetário foi encerrado em agosto e que as outras 16 casas ainda preveem um corte derradeiro de 0,25 ponto porcentual no encontro de outubro.


Enquanto isso, na Europa, o pronunciamento do presidente do BCE, Mário Draghi, sobre um novo programa de compra de bônus soberanos, criou expectativas de melhora na economia e mexeu com os mercados, respingando no Brasil. De acordo com ele, não haverá limites para a atuação do BCE, mas a intervenção só abrangerá os papéis de países que solicitarem ajuda formal. Além disso, o comandante do euro avisou que o dinheiro injetado na economia será neutralizado e que não haverá um teto para as taxas de retorno dos bônus de nações debilitadas, como se comentou amplamente no mercado. A compra se limitará a títulos com prazos entre um e três anos. Isso fortaleceu o euro.

Porém, nos Estados Unidos, três dados sinalizaram melhora no emprego e isso melhorou as expectativas para os números que compõem o payroll, que sai na sexta-feira. Esse indicador é o retrato mais completo do mercado de trabalho norte-americano e deve pautar as discussões de política monetária no próximo encontro do banco central dos EUA, Federal Reserve, nos dias 12 e 13 deste mês. Por isso, a avaliação dos analistas é de que diminuíram as chances de um novo programa de relaxamento quantitativo (QE3). Dessa vez a pressão de alta foi sobre o dólar, o que amenizou o efeito que o programa europeu tinha tido nas moedas. Ainda assim, há pouco, o euro valia US$ 1,2633, ante US$ 1,2625 na véspera em Nova York.

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