Dólar sobe 0,48% e fecha em sendo negociado a 4,1869 reais na venda - a segunda maior cotação da história (iStock/Getty Images)
Reuters
Publicado em 13 de novembro de 2019 às 18h09.
Última atualização em 13 de novembro de 2019 às 18h20.
Em mais um dia de alta frente ao real, o dólar à vista fechou em sua segunda maior cotação da história, num dia de maior cautela no exterior e de nova pressão nos mercados de câmbio da América Latina. Nesta quarta-feira (13), a moeda americana subiu 0,48% e encerrou sendo negociada a 4,1869 reais na venda.
Esse fechamento é mais baixo apenas que o do dia 13 de setembro de 2018, quando a moeda terminou a 4,1957 reais na venda.
Analistas não descartam que seja questão de tempo para a moeda bater um novo recorde histórico de fechamento, mas ressalvam que o nível de 4,20 reais ainda funciona como uma forte resistência.
"A questão é: se não tiver força para furar esse nível, o dólar volta, mas se a alta for substancial, você tem o acionamento de ordens automáticas de compras que vão retroalimentar os ganhos", disse Roberto Campos, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos.
A última vez que o dólar ameaçou a linha de 4,20 reais foi no fim de agosto, o que levou o Banco Central a anunciar uma operação extraordinária de venda de moeda no mercado à vista. Desde então, o BC tem feito troca de instrumentos (de swap cambial para dólar à vista), sem aumentar sua posição cambial líquida.
"Mas não há nenhum problema para o BC aumentar a posição cambial líquida caso o dólar supere com folga os 4,20 reais", acrescentou Campos. Por ora, o BC tem mantido sua posição cambial líquida em torno de 327 bilhões de dólares.
A recente série de altas da moeda começou em 6 de novembro, depois da frustração com o leilão do excedente da cessão onerosa. O fortalecimento da moeda foi impulsionado ainda pelo aumento das incertezas políticas locais após a soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, evento que coincidiu com escalada da instabilidade política em outras economias da América Latina.
"Este tipo de dinâmica impede um pouco o investidor estrangeiro de entrar no Brasil. Não é pelo cenário, que em nada se assemelha ao Chile ou Argentina, mas pelos riscos em torno dele", diz Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos.
"Em vez de 'pagar antecipado', o estrangeiro está optando por esperar sinais concretos de avanço da economia. Enquanto isso, apenas alocações táticas e especulativas", completou.
Desde 6 de novembro, o dólar acumula alta de 4,85%. A moeda dos EUA sobe forte também contra peso chileno (+6,2%) e peso mexicano (+1%) no período.
Na B3, o dólar futuro de maior liquidez tinha valorização de 0,17%, a 4,1810 reais.