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Dólar fecha com leve queda com cautela sobre cena política

Os investidores temiam que, caso Renan perca o posto, a votação de medidas econômicas importantes para o governo Temer possa ser prejudicada

Dólar: o dólar recuou 0,37%, a 3,4041 reais na venda, depois de marcar na mínima do pregão 3,3733 reais e, na máxima, 3,4207 reais (Juan Barreto/AFP)
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Reuters

Publicado em 7 de dezembro de 2016 às 17h20.

Última atualização em 7 de dezembro de 2016 às 17h49.

São Paulo - O dólar fechou esta quarta-feira com leve queda ante o real, longe das mínimas do dia com os investidores preferindo a cautela antes de os ministros do Supremo Tribunal Federal ( STF ) decidirem sobre o afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado.

Os investidores temiam que, caso Renan perca o posto, a votação de medidas econômicas importantes para o governo do presidente Michel Temer possa ser prejudicada no Congresso Nacional.

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O dólar recuou 0,37 por cento, a 3,4041 reais na venda, depois de marcar na mínima do pregão 3,3733 reais e, na máxima, 3,4207 reais. O dólar futuro tinha pequena queda de cerca de 0,20 por cento no final desta tarde.

"O mercado está muito especulativo, volátil. Poucos dias atrás, o dólar estava em 3,38 reais, logo depois, encostou em 3,45 reais. Qualquer evento novo, o humor vira", comentou o diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Correa.

O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, votou pelo afastamento de Renan nesta tarde, confirmando a liminar dada por ele antes, e pediu que a Procuradoria-Geral da República investigue se houve prática criminosa de senadores que descumpriram decisão liminar dada pelo ministro determinando o afastamento imediato de Renan.

Na véspera, Renan se recusou a assinar a notificação da decisão do ministro Marco Aurélio, mas apresentou recurso contra a liminar.

A Mesa Diretora do Senado informou que não acataria a decisão liminar até que o plenário do STF se manifestasse. O substituto imediato de Renan no comando da Casa é o primeiro vice-presidente do Senado, Jorge Viana (PT-AC), que pertence a um partido de oposição ao governo de Michel Temer.

O temor dos mercados era de que, com a confusão, a pauta econômica do governo não caminhasse no Congresso Nacional, sobretudo a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o crescimento dos gastos públicos, prevista para a próxima semana no Senado.

O STF, no final desta tarde, ainda votava sobre o afastamento de Renan do comando do Senado. O ministro Celso de Mello votou pela retirada de Renan da linha sucessória da Presidência da República, mas mantendo-o no comando do Senado.

Nesta sessão, os investidores chegaram a ficar mais tranquilos, com o dólar recuando mais de 1 por cento sobre o real na parte da manhã, com notícias na mídia de que o STF poderia manter Renan na presidência da Casa, mas fora da linha sucessória da Presidência da República, e contornar a crise política.

"O mercado resolveu se proteger um pouco", resumiu um operador da mesa de câmbio de uma corretora doméstica.

No exterior, o dólar cedia ante divisas de emergentes, como pesos mexicano e chileno e o rand sul-africano o que ajudou a trajetória de baixa da moeda norte-americana por aqui.

O Banco Central vendeu integralmente nesta manhã o lote de 15 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares, para rolagem do contratos com vencimento em janeiro.

Acompanhe tudo sobre:DólarRenan CalheirosSupremo Tribunal Federal (STF)

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