Mercados

Dólar fecha com alta de 0,18% com cena política

A moeda continua trabalhando sem força para ir para qualquer direção e, nos últimos dias, tem rondado a casa de 3,30 reais

Dólar: "De manhã, o mercado estava mais nervoso com o cenário político, mas à medida que o dia foi passando e o noticiário não trouxe nada forte, aliviou a pressão" (Andrew Harrer/Bloomberg)

Dólar: "De manhã, o mercado estava mais nervoso com o cenário político, mas à medida que o dia foi passando e o noticiário não trouxe nada forte, aliviou a pressão" (Andrew Harrer/Bloomberg)

R

Reuters

Publicado em 6 de julho de 2017 às 17h29.

São Paulo - O dólar terminou a quinta-feira com leve alta, ainda rondando o nível de 3,30 reais, com os investidores cautelosos com o cenário político local e após os sinais mais hawkish por parte dos bancos centrais mundiais.

O dólar avançou 0,18 por cento, a 3,2985 reais na venda, depois de bater em 3,3217 reais na máxima do dia. O dólar futuro tinha elevação de cerca de 0,40 por cento.

"De manhã, o mercado estava mais nervoso com o cenário político, mas à medida que o dia foi passando e o noticiário não trouxe nada forte, aliviou a pressão", comentou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

A moeda, desta forma, continua trabalhando sem força para ir para qualquer direção e, nos últimos dias, tem rondado a casa de 3,30 reais.

O governo sabe que ainda não tem maioria segura na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados para garantir que seja rejeitada a denúncia contra o presidente Michel Temer por corrupção passiva.

Além disso, o governo corre contra o tempo, mas o presidente da CCJ, deputado Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), não garantiu que a votação do parecer do relator da denúncia, deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), vai ocorrer até a quinta-feira da próxima semana.

Este era o prazo limite previsto pelos governistas para que o caso fosse votado na comissão a fim de ser, posteriormente, apreciado pelo plenário até o dia 17 de julho, um dia antes do recesso parlamentar. Desta forma, a decisão pode acontecer apenas em agosto.

Segundo especialistas, a alta do dólar sobre o real também foi influenciada pelo desempenho da moeda ante divisas de emergentes no exterior, após sinais de recrudescimento nas políticas dos bancos centrais. O dólar tinha alta ante o rand sul-africano e a lira turca.

O Banco Central Europeu (BCE) informou, na ata do seu último encontro de política monetária, que abriu as portas para a retirada do comunicado de uma promessa antiga de expandir ou prorrogar o programa de compra de ativos do banco se necessário.

Na véspera, a ata do Fed mostrou que seus membros estavam divididos sobre o cenário para a inflação e como ela pode afetar o ritmo futuro de altas dos juros, e que várias autoridades queriam anunciar o início do processo de redução da carteira do banco central, mas outros queria aguardam até mais tarde.

Juros maiores em países desenvolvidos tendem a reduzir a atratividade dos países emergentes para os investidores. O mercado, agora, vai aguardar o relatório do mercado de trabalho norte-americano em busca de pistas sobre o aumento de juros nos EUA.

O Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão. Em agosto, vencem 6,181 bilhões de dólares em swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioCrise políticaDólarGoverno Temer

Mais de Mercados

Amil e Dasa recebem aval do Cade para criarem rede de hospitais e clínicas

Fundador do Telegram anuncia lucro líquido pela primeira vez em 2024

Banco Central fará leilão à vista de até US$ 3 bi na quinta-feira

Marcopolo avança na eletrificação com aquisição de participação em empresa chilena