Dólar fecha a R$ 3,862 com intervenção do Banco Central
A puxada do dólar logo no início do dia acabou por levar a cotação à máxima de R$ 3,905 (+2,82%), o que fez o Banco Central intervir no mercado
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2015 às 17h42.
São Paulo - Por mais que a notícia já fosse esperada, a retirada do grau de investimento do Brasil promovida pela agência de classificação de risco Standard & Poor's teve forte impacto no mercado de câmbio nesta quinta-feira, 10.
A puxada do dólar logo no início do dia acabou por levar a cotação à máxima de R$ 3,905 (+2,82%), o que fez o Banco Central intervir no mercado, por meio da oferta de US$ 1,5 bilhão em dois leilões de linha.
A oferta de dólares foi suficiente para abrandar os ânimos e limitar a escalada da moeda norte-americana. Ainda assim, a divisa terminou o dia com alta de 1,69%, aos R$ 3,862, no maior nível desde 23 de outubro de 2002.
A S&P rebaixou ontem o rating soberano do Brasil de BBB- para BB+, mantendo a perspectiva negativa da nota, tirando do País o selo de bom pagador e colocando-o na categoria de grau especulativo.
Para a decisão, pesaram principalmente as dificuldades do governo na condução do ajuste fiscal, que ficaram mais explícitas após o anúncio da previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões no Orçamento de 2016.
Em 2008, a S&P foi a primeira das três principais agências de classificação de risco a elevar o Brasil à categoria grau de investimento.
Apesar do rebaixamento, a diretora-gerente de ratings soberanos da S&P, Lisa Schineller, reconheceu o trabalho de Levy e do Banco Central na busca pelo ajuste fiscal.
"Mas o cenário de baixo crescimento torna essa política mais desafiadora", ressalvou a diretora. Lisa disse ainda que "a política monetária do Brasil é comparativamente forte e um ponto a ser destacado" em relação a outros países com o mesmo rating. Ela ressaltou o esforço do Banco Central em "reancorar as expectativas de inflação".
Atualmente, as duas outras agências, Moody's e Fitch, ainda mantêm o Brasil como grau de investimento. A Moody's não se manifestou sobre o assunto, mas a diretora de ratings soberanos para a América Latina da Fitch, Shelly Shetty, disse que o rating soberano do Brasil está "sob pressão" desde abril, sendo que alguns riscos no País têm piorado.
As declarações da diretora da Fitch alimentaram expectativas de que a agência promova alguma mudança no rating brasileiro, mas não chegaram a fazer preço no câmbio.
Já a intervenção do BC foi considerada positiva não apenas pelos montantes ofertados, mas também pela sinalização da autoridade monetária de que está atenta ao mercado, podendo agir em momentos cruciais.
Segundo operadores, o avanço da cotação também foi limitado pela percepção de que o custo de carregamento do dólar no patamar acima dos R$ 3,80 pode não ser vantajoso, diante de um elevado patamar de juros.
Às 16h46, o dólar para liquidação em outubro subia 2,04%, cotado a R$ 3,885.
São Paulo - Por mais que a notícia já fosse esperada, a retirada do grau de investimento do Brasil promovida pela agência de classificação de risco Standard & Poor's teve forte impacto no mercado de câmbio nesta quinta-feira, 10.
A puxada do dólar logo no início do dia acabou por levar a cotação à máxima de R$ 3,905 (+2,82%), o que fez o Banco Central intervir no mercado, por meio da oferta de US$ 1,5 bilhão em dois leilões de linha.
A oferta de dólares foi suficiente para abrandar os ânimos e limitar a escalada da moeda norte-americana. Ainda assim, a divisa terminou o dia com alta de 1,69%, aos R$ 3,862, no maior nível desde 23 de outubro de 2002.
A S&P rebaixou ontem o rating soberano do Brasil de BBB- para BB+, mantendo a perspectiva negativa da nota, tirando do País o selo de bom pagador e colocando-o na categoria de grau especulativo.
Para a decisão, pesaram principalmente as dificuldades do governo na condução do ajuste fiscal, que ficaram mais explícitas após o anúncio da previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões no Orçamento de 2016.
Em 2008, a S&P foi a primeira das três principais agências de classificação de risco a elevar o Brasil à categoria grau de investimento.
Apesar do rebaixamento, a diretora-gerente de ratings soberanos da S&P, Lisa Schineller, reconheceu o trabalho de Levy e do Banco Central na busca pelo ajuste fiscal.
"Mas o cenário de baixo crescimento torna essa política mais desafiadora", ressalvou a diretora. Lisa disse ainda que "a política monetária do Brasil é comparativamente forte e um ponto a ser destacado" em relação a outros países com o mesmo rating. Ela ressaltou o esforço do Banco Central em "reancorar as expectativas de inflação".
Atualmente, as duas outras agências, Moody's e Fitch, ainda mantêm o Brasil como grau de investimento. A Moody's não se manifestou sobre o assunto, mas a diretora de ratings soberanos para a América Latina da Fitch, Shelly Shetty, disse que o rating soberano do Brasil está "sob pressão" desde abril, sendo que alguns riscos no País têm piorado.
As declarações da diretora da Fitch alimentaram expectativas de que a agência promova alguma mudança no rating brasileiro, mas não chegaram a fazer preço no câmbio.
Já a intervenção do BC foi considerada positiva não apenas pelos montantes ofertados, mas também pela sinalização da autoridade monetária de que está atenta ao mercado, podendo agir em momentos cruciais.
Segundo operadores, o avanço da cotação também foi limitado pela percepção de que o custo de carregamento do dólar no patamar acima dos R$ 3,80 pode não ser vantajoso, diante de um elevado patamar de juros.
Às 16h46, o dólar para liquidação em outubro subia 2,04%, cotado a R$ 3,885.