Dólar: moeda americana mudou de direção e superou novo recorde nesta segunda (18) (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)
Reuters
Publicado em 18 de novembro de 2019 às 09h11.
Última atualização em 18 de novembro de 2019 às 16h32.
São Paulo — O dólar passou a subir contra o real nesta segunda-feira (18), batendo um novo recorde, num início de semana em que agentes financeiros monitoram notícias sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China e uma votação do STF sobre decisão envolvendo o antigo Coaf.
Às 16h26, o dólar subia 0,25%, a 4,2039 reais na venda.
Na última sessão, o dólar fechou em alta de 0,16%, a 4,1934 reais na venda, mas na máxima a cotação no mercado spot alcançou 4,2000 reais na venda.
O dólar futuro registrava queda de 0,27% nesta segunda-feira, a 4,1885 reais.
Tanto o dólar à vista quanto o futuro chegaram a cair mais mais cedo (-0,55% e -0,63%, respectivamente, nas mínimas do dia), quando predominou otimismo em relação às negociações comerciais entre Estados Unidos e China, após a agência estatal chinesa Xinhua informar que os dois lados mantiveram "negociações construtivas" sobre comércio em um telefonema de alto nível no sábado.
Mais tarde, contudo, a CNBC relatou que o humor em Pequim sobre um acordo comercial com os Estados Unidos é pessimista, devido à relutância do presidente norte-americano, Donald Trump, em retirar tarifas, o que diminuiu um pouco o otimismo sobre o tema.
De toda forma, o mercado doméstico se ajusta à sessão positiva nas praças externas na sexta-feira, quando os negócios locais permaneceram fechados devido a um feriado.
"O investidor foi para o risco em cima dessa possibilidade (de acordo EUA-China), reverberando movimento de sexta-feira", disse Ricardo Gomes da Silva, da Correparti Corretora.
Moedas de risco tinham desempenho misto, inclinadas mais para o negativo, com dólar australiano, peso mexicano e rand sul-africano em baixa e lira turca em leve alta. O peso chileno, rondando mínimas recordes, tornava a se desvalorizar.
No cenário doméstico, segundo Gomes da Silva, estava no radar dos investidores o julgamento do plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre uma decisão que determinou o envio à corte de relatórios elaborados pelo antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), atual Unidade de Inteligência Financeira do Banco Central.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, havia determinado que o BC enviasse à corte todos os Relatórios de Inteligência Financeira (RIF) e das Representações Fiscais para Fins Penais (RFFP) realizados nos últimos três anos, medida que pode colocar em risco informações privadas de mais de 600 mil pessoas.
"Como é polêmico, não há previsão de encerramento do tema no STF", comentou Gomes da Silva. "(A decisão de Toffoli) piorou o ambiente, mas no mercado vamos ter que esperar para ver como isso vai reverberar."
O Banco Central vendeu nesta segunda-feira 4 mil contratos de swap cambial reverso e 200 milhões de dólares em moeda spot, de oferta de 12 mil e 600 milhões, respectivamente. A autarquia vendeu ainda 8 mil contratos de swap tradicional para rolagem do vencimento janeiro 2020.