Mercados

Dólar cai segue exterior, mas com atenção para política interna

O temor é de que o governo Temer fique ainda mais refém de negociações políticas para aprovar no Congresso Nacional a votação de reformas

Dólar: o comportamento do dólar no exterior influenciou o desempenho por aqui, em baixa ante a algumas moedas de países emergentes, como o peso chileno (foto/AFP)

Dólar: o comportamento do dólar no exterior influenciou o desempenho por aqui, em baixa ante a algumas moedas de países emergentes, como o peso chileno (foto/AFP)

R

Reuters

Publicado em 3 de abril de 2017 às 17h17.

São Paulo - O dólar fechou a segunda-feira em baixa sobre o real, pelo segundo pregão consecutivo, seguindo o comportamento da moeda norte-americana ante divisas de países emergentes no exterior, mas sem tirar a atenção sobre o cenário político doméstico ainda sensível.

O dólar recuou 0,51 por cento, a 3,1150 reais na venda, depois de ter marcado 3,1352 reais na máxima do dia e 3,1096 reais na mínima. O dólar futuro exibia baixa de 0,27 por cento no final da tarde.

"Há um nervosismo com o político local, mas nada de muito concreto ainda. Então, há espaço para o dólar olhar outras coisas", comentou o profissional de uma corretora nacional.

O comportamento do dólar no exterior influenciou o desempenho por aqui, em baixa ante a algumas moedas de países emergentes, como o peso chileno.

No cenário político interno, o mercado aguardava o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começar a julgar uma das ações que pedem a cassação da chapa eleita em 2014 para a Presidência da República formada por Dilma Rousseff e Michel Temer, julgamento que em seu resultado mais crítico pode provocar o segundo afastamento do chefe do Poder Executivo em quase um ano.

Será julgada nesta terça-feira a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije), proposta em 2014 pelo PSDB, sob a alegação de que a chapa vencedora teria cometido abuso do poder político e econômico.

O temor era de que o governo Temer fique ainda mais refém de negociações políticas para aprovar no Congresso Nacional a votação de importantes reformas, sobretudo a da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas do país em ordem.

O Banco Central não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão. Em março, fez apenas rolagem parcial do vencimento de abril de swap cambial tradicional --equivalente à venda futura de dólares.

Em maio, vencem o equivalente a 6,389 bilhões de dólares em swaps e o mercado se questionava como o BC vai proceder.

Acompanhe tudo sobre:DólarPaíses emergentes

Mais de Mercados

Lucro da Vale (VALE3) supera expectativas e sobe 210%, para US$ 2,76 bilhões

"Mercado precifica cenário de quase crise fiscal no Brasil, que não é verdade", diz Mansueto Almeida

Ibovespa retorna aos 125 mil pontos após IPCA-15 e PIB dos EUA virem acima do esperado

IA transforma tarefas em Wall Street, mas profissionais ainda estão céticos

Mais na Exame