Notas de dólar: às 10h15, o dólar recuava 1,21 por cento, a 3,9432 reais na venda, após marcar na véspera a maior queda desde o fim de 2008 (Gary Cameron/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de setembro de 2015 às 10h33.
São Paulo - O dólar recuava mais de 1 por cento e chegou a cair abaixo de 3,90 reais nesta sexta-feira, reagindo à intensa ação do Banco Central, que aliviou boa parte da pressão sentida no mercado brasileiro de câmbio nas últimas sessões.
Às 10h15, o dólar recuava 1,21 por cento, a 3,9432 reais na venda, após marcar na véspera a maior queda desde o fim de 2008, de 3,73 por cento. Na mínima da sessão, a moeda norte-americana atingiu 3,8841 reais.
"(O presidente do BC, Alexandre Tombini, deu) a entender que o BC pode usar as reservas cambiais vendendo dólar no físico, a divisa iniciou um forte processo de queda", escreveu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho em nota a clientes.
Ele não descarta, porém que o dólar retome a trajetória de alta em breve.
"Apesar do alívio da pressão pontual sobre os ativos domésticos, várias questões de cunho político e fiscal ainda encontram forte resistência em sua aprovação como a reforma ministerial, as apreciações de vetos presidenciais a propostas que oneram os cofres públicos e a nova CPMF".
Questionado sobre a possibilidade de usar as reservas internacionais para intervir no câmbio, Tombini afirmou na véspera que "todos os instrumentos estão à disposição do BC".
A declaração desencadeou forte ajuste na taxa de câmbio, corroborado perto do fim da sessão pelo anúncio de um programa de venda e compra de títulos públicos pelo Tesouro Nacional.
Após o fechamento dos negócios, a autoridade monetária anunciou para esta sessão leilão de novos swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, no qual vendeu a oferta total de até 20 mil contratos; e leilão de venda de até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra.
Além disso, dará continuidade à rolagem dos swaps que vencem em outubro, com oferta de até 9,45 mil contratos.
O olhar atento do BC ofuscava até mesmo a perspectiva de que os juros devem subir ainda neste ano nos Estados Unidos, reforçada por declarações da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, e pelos dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no segundo trimestre.
"O mercado estava disfuncional e percebeu isso ontem", disse o operador de uma corretora nacional.