Mercados

Dólar cai e vai abaixo de R$3,20, menor nível em quase 2 meses

O dólar não ia abaixo de 3,20 reais desde 8 de novembro, data da eleição presidencial dos Estados Unidos

Dólar: "Depois de dois dias de queda, o mercado precisava de um gatilho para testar níveis mais baixos (para o dólar)" (Reprodução/Thinkstock)

Dólar: "Depois de dois dias de queda, o mercado precisava de um gatilho para testar níveis mais baixos (para o dólar)" (Reprodução/Thinkstock)

R

Reuters

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 17h27.

São Paulo - O dólar fechou em queda nesta quinta-feira, indo abaixo de 3,20 reais e no menor patamar em quase dois meses, seguindo o movimento da moeda norte-americana no exterior após a divulgação de dados mais fracos sobre emprego nos Estados Unidos aliviar os temores de que os juros na maior economia do mundo poderiam subir mais do que o esperado.

O dólar recuou 0,63 por cento, a 3,1980 reais na venda, depois de acumular queda de 1,93 por cento nas duas sessões anteriores. O dólar futuro operava com queda de cerca de 0,60 por cento no final desta tarde.

Na mínima do dia, a moeda norte-americana chegou a recuar para 3,1938 reais. O dólar não ia abaixo de 3,20 reais desde 8 de novembro, data da eleição presidencial dos Estados Unidos.

"Depois de dois dias de queda, o mercado precisava de um gatilho para testar níveis mais baixos (para o dólar). Os dados da ADP vieram fracos e a queda do dólar no exterior prevaleceu", disse o operador de uma corretora internacional.

Pela manhã, o Relatório Nacional de Emprego da ADP mostrou que os empregadores do setor privado dos Estados Unidos criaram 153 mil vagas de trabalho em dezembro, abaixo do esperado em pesquisa Reuters de abertura de 170 mil vagas.

O número acabou ofuscando o dado sobre pedidos iniciais de auxílio-desemprego no país, que caíram em 28 mil, para 235 mil em números ajustados sazonalmente.

O dado ficou perto da marca de 233 mil, atingida em meados de novembro, a menor em 43 anos.

Os dados mais fracos de emprego levaram os investidores a acreditar que o Federal Reserve, banco central norte-americano, não deve subir os juros além do que já foi precificado pelo mercado.

No mês passado, o Fed elevou o juro em 0,25 ponto percentual e sinalizou para mais três altas este ano.

Com isso, o dólar também recuava frente a outras moedas emergentes, como o peso chileno, e se afastava ainda mais da máxima de 14 anos contra uma cesta de moedas. Juros maiores nos Estados Unidos podem atrair ao país recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro.

O dólar caminha para voltar aos mesmos níveis de antes da surpreendente eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, que indicou uma política econômica mais inflacionária e que poderá colocar mais pressão sobre o Fed para subir juros.

Quando ainda acreditava-se que a candidata democrata Hillary Clinton assumiria a Casa Branca, o dólar chegou ao patamar de 3,16 reais.

O Banco Central brasileiro não anunciou nenhuma intervenção no mercado de câmbio neste pregão, permanecendo em silêncio desde o dia 13 de dezembro.

"O mercado também pode estar usando o piso de R$3,20 para testar o BC", afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Correa.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralDólar

Mais de Mercados

Apple se aproxima de marca histórica de US$ 4 trilhões em valor de mercado

Onde investir em 2025: Wall Street aponta os 4 setores mais lucrativos

Luigi Mangione se declara inocente de acusações de assassinato no caso da morte de CEO nos EUA

Os destaques do mercado em 2024: criptomoedas, Inteligência Artificial e surpresas globais