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Dólar cai com expectativa sobre Bolsonaro e exterior fica em segundo plano

Às 11:02, o dólar recuava 0,73 por cento, a 3,6763 reais na venda, depois de encerrar na véspera em queda de 1,15 por cento, a 3,7033 reais

O dólar operava em queda ante o real nesta sexta-feira (Ian Waldie/Reuters)

O dólar operava em queda ante o real nesta sexta-feira (Ian Waldie/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de outubro de 2018 às 11h34.

São Paulo - O dólar operava em queda ante o real nesta sexta-feira, com duas novas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República conhecidas nesta sexta-feira relativizando os números do Datafolha da véspera, que mostraram distância menor entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

Com a expectativa de vitória de Bolsonaro - candidato favorito dos mercados - os investidores deixavam em segundo plano o cenário externo, que amanheceu com maior aversão ao risco e contou ainda com dados mais firmes do que o previsto da economia norte-americana, sustentando o avanço do dólar ante outras divisas.

Às 11:02, o dólar recuava 0,73 por cento, a 3,6763 reais na venda, depois de encerrar na véspera em queda de 1,15 por cento, a 3,7033 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,62 por cento.

"O mercado olha que não dá tempo de Haddad tirar a quantidade de votos necessária para vencer", comentou o economista-chefe do Banco Confidence, Robério Costa, ao destacar que a pesquisa Datafolha, entretanto, pesou negativamente no início do negócios, quando o dólar chegou a subir. Os levantamentos XP/Ipespe e Crusoé/Empiricus/Paraná, divulgados nesta manhã, contudo, mostraram números melhores para Bolsonaro, levando uma reversão do movimento.

Segundo o Datafolha, a distância entre Bolsonaro e Haddad caiu 6 pontos em uma semana, para 12 pontos. Além disso, a rejeição a Bolsonaro variou para 44 por cento, de 41 por cento, enquanto a de Haddad oscilou para 52 por cento, de 54 por cento.

O levantamento XP/Ipespe manteve distância de 16 pontos entre ambos, enquanto a Crusoé/Empiricus/Paraná também manteve praticamente inalterada a distância de 21 pontos.

No exterior, o dólar subia com a aversão ao risco voltando a predominar nesta sessão, após balanços mais fracos da véspera nos Estados Unidos, e com preocupações com questões como o orçamento italiano, Brexit e crescimento da China.

"Tem vários focos de tensão no mundo", disse Costa, acrescentando que "é de se esperar uma volatilidade muito grande". "O mercado está muito sensível", concluiu.

Os números do PIB norte-americano do terceiro trimestre vieram mais fortes do que o previsto, mostrando que a maior economia do mundo continua pujante e levando o dólar a ampliar a alta ante uma cesta de moedas.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de novembro, no total de 8,027 bilhões de dólares.

Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

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