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Dólar cai, alinhado com queda no exterior

A recuperação do petróleo beneficiou as moedas de países emergentes e ligados a commodities


	Dólar: no fim dos negócios no balcão, dólar à vista fechou em baixa de 0,18%, a R$ 2,7420
 (Karen Bleier/AFP)

Dólar: no fim dos negócios no balcão, dólar à vista fechou em baixa de 0,18%, a R$ 2,7420 (Karen Bleier/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 16h31.

São Paulo - O dólar fechou esta quinta-feira, 05, em queda, pressionado por um movimento de ajuste, depois de ter atingido, ontem, o maior nível desde 17 de março de 2005 ante o real.

Além disso, a recuperação do petróleo beneficiou as moedas de países emergentes e ligados a commodities.

No fim dos negócios no balcão, o dólar à vista fechou em baixa de 0,18%, a R$ 2,7420.

O volume de negócios totalizou US$ 1,2 bilhão. No mercado futuro, o dólar para março cedia 0,04%, a R$ 2,7585, perto das 16h45.

O petróleo se recuperou hoje, depois de registrar a maior queda diária em dois meses, na quarta-feira, puxado por dados que mostraram que os estoques norte-americanos da commodity chegaram ao maior nível em 80 anos.

A alta do petróleo impulsionou as moedas de países emergentes e ligados a commodities, como real, o dólar australiano, o rublo da Rússia e o peso mexicano, também em meio aos ganhos do petróleo no exterior.

O dólar também recuou ante o euro, depois de a União Europeia divulgar projeções mais otimistas para o PIB da zona do euro.

No fim da manhã, o dólar zerou as perdas e passou a subir frente o real, com as notícias de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, autorizou a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar irregularidades na estatal, além da possibilidade de que a reunião do Conselho de Administração da petroleira, marcada para amanhã, no Rio, não seja concluída em um único dia.

Também pela manhã, os conselheiros da Petrobras, representantes da União e a acionista majoritária da estatal iniciaram uma reunião, na sede da empresa, para discutir a substituição da atual diretoria.

Segundo fontes, havia chance de a reunião não ser concluída em um único dia. Conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o presidente da resseguradora IRB Brasil Re, Leonardo Paixão, é tido como uma opção para substituir Graça Foster na presidência da Petrobras.

Ele foi procurado há algumas semanas e pode assumir o comando da estatal caso o governo não consiga emplacar um nome de maior peso.

Também estão sendo cotados para o cargo o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ex-presidente da BR Distribuidora, Rodolfo Landim.

Nos bastidores, também falam no diretor-presidente da Vale, Murilo Ferreira, e no ex-presidente da Vale Roger Agnelli.

O dólar voltou a cair, no entanto, ao longo da tarde, à medida que a influência externa prevaleceu sobre o sentimento dos investidores.

Os dados da arrecadação da poupança divulgados pelo Banco Central nesta tarde foram apenas monitorados, sem impacto no mercado.

Segundo o BC, o resgate líquido da caderneta de Poupança ficou em R$ 5,529 bilhões em janeiro.

É a primeira vez em nove meses que o volume de retiradas (R$ 152,996 bilhões) fica maior do que o de depósitos (R$ 147,467 bilhões) - em abril do ano passado, o resultado havia ficado negativo em R$ 1,273 bilhão.

Com isso, o resultado da poupança em janeiro é o pior para o mês da série histórica do BC, iniciada em 1995 - portanto, há 20 anos.

Até então, o maior resgate líquido da poupança nesse mês havia sido em 2006, quando o saldo ficou negativo em R$ 1,881 bilhão.

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