Dólar cai 1% para o patamar de R$3,10, com correção e exterior
Internamente, os investidores mantiveram a cautela com o andamento da reforma da Previdência no Congresso Nacional
Reuters
Publicado em 24 de março de 2017 às 17h22.
São Paulo - O dólar terminou a sexta-feira com queda firme, de volta ao nível de 3,10 reais, em movimento de correção após ganhos nas sessões anteriores e em sintonia com o movimento no mercado internacional.
O dólar recuou 0,94 por cento, a 3,1083 reais na venda, depois de bater 3,1511 reais na máxima do dia. Nas três sessões anteriores, a moeda norte-americana havia acumulado alta de 2,15 por cento sobre o real.
Na semana, o dólar acumulou pequena elevação de 0,24 por cento. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1 por cento no final desta tarde.
"O mercado viu uma brecha para realizar", comentou o operador de uma corretora nacional, lembrando que na véspera já houve mau humor com a votação nos Estados Unidos e também com o noticiário político local.
A votação da reforma do sistema de saúde que pode substituir o Obamacare havia sido adiada para esta sexta-feira pelo temor dos republicanos de que não obteriam os votos necessários.
A votação era vista pelos mercados financeiros como um teste crucial das habilidades de Trump em trabalhar com o Congresso para aprovar seus planos, incluindo planejados cortes de impostos e gastos em infraestrutura.
Diante dos sinais de que não conseguiria maioria, Trump pediu aos líderes republicanos na Câmara dos Deputados para cancelar a votação.
A divisa norte-americana caía ante os pesos chileno e mexicano, além da lira turca. Também cedia ligeiramente ante uma cesta de moedas.
Internamente, os investidores mantiveram a cautela com o andamento da reforma da Previdência no Congresso Nacional, depois que o governo obteve placar apertado para a votação da terceirização na Câmara dos Deputados no meio da semana.
A reforma da Previdência é considerada essencial para o país colocar as contas públicas em ordem e pavimentar caminho para crescimento econômico sustentável.
A percepção de que a interrupção da venda de carnes para diversos países depois da operação Carne Fraca vai prejudicar a balança comercial também continuou sendo repercutida pelos investidores.
"Se não fosse o (cenário) doméstico, o dólar poderia cair muito mais", afirmou o diretor de tesouraria do Banco Modal, Luiz Eduardo Portella.
O Banco Central brasileiro vendeu integralmente nesta sessão o lote de até 10 mil swaps tradicionais --equivalente à venda futura de dólares --ofertados para rolagem dos contratos de abril. Já foram sete leilões iguais, que reduziram a 6,211 bilhões de dólares o estoque que vence no mês que vem.