Ao longo do dia, as cotações do dólar devem ficar mais perto da estabilidade, assim como ocorre no exterior (Alex Wong/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2012 às 18h17.
São Paulo - O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira pela quarta sessão seguida, embora suas perdas tenham sido limitadas pela expectativa de atuação do Banco Central, depois que a autoridade monetária fez uma pesquisa no mercado para verificar a demanda para um possível leilão de swap cambial reverso.
Na avaliação de operadores, o BC mostrou que está atento e que deve atuar quando a moeda ameaçar ultrapassar com mais força o patamar de 2 reais.
A moeda norte-americana caiu 0,30 por cento, cotada a 2,0165 reais na venda. Trata-se da menor cotação desde 20 de agosto, quando a divisa fechou cotada a 2,0160 reais na venda.
No dia 21, o BC acabou realizando um leilão de swap reverso, operação que equivale à compra de dólares no mercado futuro --foi a última intervenção da autoridade monetária no câmbio.
No exterior, o dólar perdeu ainda mais terreno ante outras moedas, com expectativas de estímulos monetários por parte do Federal Reserve, banco central norte-americano, e depois que a agência de classificação de riscos Moody's trouxe temores sobre um rebaixamento de rating sobre os Estados Unidos.
"Talvez o BC não tenha visto demanda para chegar a fazer um leilão, mas já mostrou que está policiando o mercado. Ele não precisa nem atuar. Ao policiar o mercado, os operadores já ficam com o pé atrás", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio Reginaldo Galhardo, afirmando ainda que a pesquisa ajudou a conter uma queda maior do dólar frente o real.
Quando a autoridade monetária iniciou a consulta para o leilão de swap, a divisa norte-americana, que estava em baixa desde a abertura da sessão e havia atingido a mínima de 2,0155 reais, chegou a subir 0,43 por cento, atingindo a máxima de 2,0312 reais. No entanto, rapidamente voltou a reduzir ganhos e passou a ter leve queda, seguindo dessa forma até o fechamento.
Apesar de o BC não ter realizado o leilão de swap reverso, operadores não descartam que a autoridade monetária possa atuar nos próximos dias se a moeda continuar a cair.
"Agora o mercado deve começar a testar o BC para ver se realmente o nivel é esse (2 reais) ou se, dessa vez, ele fica mais confortável com o real um pouco mais valorizado", disse, por sua vez, o operador de uma corretora em São Paulo, que prefere não ser identificado.
Nas últimas quatro sessões, o dólar já acumula queda de 1,30 por cento ante o real. A divisa tem sido pressionada para baixo por expectativas de que o Fed anuncie mais estímulo monetário no encerramento de sua reunião de dois dias na quinta-feira.
Há chances de que a autoridade monetária do país faça uma terceira rodada de "quantitative easing", que consiste em uma impressão de dólares para compra de títulos, injetando liquidez nos mercados financeiros. Parte desses recursos poderia se dirigir para mercados emergentes, como o Brasil.
Nesta terça-feira, a Moody's também ajudou o dólar a se desvalorizar. A agência de classificação de risco afirmou que os EUA podem perder seu rating triplo A se as negociações sobre o orçamento do próximo ano não produzirem políticas que reduzam, com o tempo, a dívida do país.
Às 17h57, a moeda norte-americana tinha queda de 0,47 por cento ante uma cesta de divisas, enquanto o euro se valorizava 0,74 por cento ante o próprio dólar.