Mercados

Dólar bate 1% de queda com maior volume de negociação

Às 13h24, o dólar recuava 0,82%, a 2,2012 reais na venda, depois de bater 1% de queda, chegando a 2,1962 reais na mínima


	Dólar: presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini, afirmou que a decisão do Fed não altera o rumo da política monetária brasileira
 (Marcos Santos/USP Imagens)

Dólar: presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini, afirmou que a decisão do Fed não altera o rumo da política monetária brasileira (Marcos Santos/USP Imagens)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2013 às 13h59.

São Paulo - O dólar operava em queda ante o real depois que dados econômicos chineses mais fortes do que o esperado deram fôlego à maioria das moedas de economias emergentes, mas dúvidas em relação ao futuro da política monetária ultra-expansionista dos Estados Unidos mantinham investidores cautelosos.

Às 13h24, o dólar recuava 0,82 por cento, a 2,2012 reais na venda, depois de bater 1 por cento de queda, chegando a 2,1962 reais na mínima. Em relação ao peso mexicano, a divisa dos Estados Unidos caia 0,51 por cento. Segundo dados da BM&F, o volume de negociação estava em cerca de 1 bilhão de dólares.

"O mercado, aparentemente, está seguindo o ritmo lá de fora, com a divulgação de notícias boas na China. Ela é o nosso maior parceiro comercial, o que ajuda a impulsionar o real", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.

Mais cedo, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) preliminar mostrou que setor industrial da China cresceu no ritmo mais rápido em seis meses em setembro, fornecendo mais evidências de uma melhora na segunda maior economia do mundo.

"Os dados da China fizeram o pessoal entrar de forma mais intensa, demonstrando maior apetite", afirmou um operador de câmbio de banco estrangeiro.

O dólar tem se enfraquecido ante outras moedas desde a quarta-feira passada, quando o Federal Reserve, banco central norte-americano, manteve em 85 bilhões de dólares por mês o ritmo de seu programa de compra de ativos, incentivando investidores a buscar ativos mais arriscados.

O presidente do Banco Central brasileiro, Alexandre Tombini, afirmou que a decisão do Fed não altera o rumo da política monetária brasileira, que continua sendo importante para evitar que a inflação seja contaminada pelo dólar mais alto.

"A decisão do Fed surpreendeu o mercado, mas não vejo efeito disso na política monetária no Brasil", afirmou Tombini.


Porém novas dúvidas quanto ao início da redução dos estímulos monetários do Fed mantinham investidores cautelosos.

Na sexta-feira, o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, afirmou que o banco central norte-americano ainda pode reduzir seu programa de compra de títulos na reunião de outubro se os dados apontarem para uma economia mais forte.

Nesta manhã, no entanto, o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, defendeu a continuidade do programa de estímulos, afirmando que o banco precisa proteger a economia norte-americana de diversas ameaças, particularmente as incertezas fiscais que continuam pairando no momento.

Analistas do UBS disseram "parecer improvável" que o Fed opte por retirar estímulos tão rapidamente após a decisão de deixar a política inalterada. Eles disseram que a postura do banco na semana passada vai manter o dólar fraco por um trimestre antes que a tendência de alta de longo prazo seja retomada.

"O Fed tirou a pressão do mercado com a decisão da semana passada", afirmou o economista-chefe do Banco J. Safra, Carlos Kawall. "Nossa previsão é que o dólar fique no patamar entre 2,20 reais e 2,25 reais, com o mercado mais equilibrado e menos volátil", acrescentou.

Ainda nesta segunda-feira, o Banco Central realizou mais um leilão de swap cambial tradicional --equivalente a venda de dólares no mercado futuro-- previsto em seu cronograma de intervenções diárias. Foi vendida a oferta total de contratos ofertados com vencimento em 3 de fevereiro de 2014. O volume financeiro equivalente da operação foi de 497,4 milhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarMoedas

Mais de Mercados

Banco do Brasil tem lucro de R$ 9,5 bilhões no 2º tri, alta de 8,2%

Dividendo extraordinário e ROE acima de 20%: os planos do Itaú depois do lucro de R$ 10 bi

“Banco Central saberá tomar a melhor decisão sobre juros”, diz CEO do Itaú

Em mais um dia de recuperação, Ibovespa sobe 1% e dólar cai a R$ 5,62

Mais na Exame