Dólar avança com mercado observando crise envolvendo Bebianno
Às 12:00, o dólar avançava 0,77 por cento, a 3,7323 reais na venda, após recuar 0,97 por cento, a 3,7037 reais, na sexta-feira
Reuters
Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 09h22.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2019 às 12h16.
São Paulo - O dólar avançava ante o real nesta segunda-feira, com o mercado observando possível impacto da crise política envolvendo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, no avanço da reforma da Previdência e aguardando semana movimentada no exterior.
Às 12:00, o dólar avançava 0,77 por cento, a 3,7323 reais na venda, após recuar 0,97 por cento, a 3,7037 reais, na sexta-feira.
O dólar futuro avançava 0,6 por cento.
Com os mercados norte-americanos fechados pelo feriado do Dia do Presidente, a liquidez foi reduzida domesticamente, colaborando para certa volatilidade ao longo do pregão.
O mercado monitora nesta segunda-feira possível desfecho para a crise política no governo, que tem ao centro Gustavo Bebianno, um dos principais articuladores da campanha presidencial de Jair Bolsonaro, após denúncias de um esquema de candidaturas laranjas dentro do PSL.
Há preocupação de que a demora em solucionar a situação do ministro possa ter impacto negativo sobre a tramitação da reforma da Previdência, que deve ser enviada ao Congresso na quarta-feira.
"Existe uma preocupação justamente pelo governo estar enviando essa semana a Previdência, pode ser que alguns deputados queiram alguns esclarecimentos dependendo da declaração dele (Bebianno), pode ser que alguns fiquem com pé atrás com o governo", afirmou o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante, acrescentando que há uma cautela no mercado mais ligada à velocidade de aprovação do que à aprovação propriamente.
Participantes do mercado acompanham também articulações do governo para formar uma base sólida que garanta aprovação da Previdência. No entanto, começa a surgir certa resistência entre parlamentares após o governo detalhar que submeterá ao Congresso um texto duro em termos fiscais.
"Não haverá 'vida fácil' para o governo, embora a propositura seja fundamental para o país e meritória em seus propósitos, mas a sua aprovação final, neste momento, agravado pelo fato de ainda ser desconhecida, certamente demandará muito mais tempo do que a urgência que o país requer para poder dinamizar sua atividade econômica e alcançar todos os benefícios consequentes", afirmou o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme, em nota.
China e Estados Unidos terão mais uma rodada de negociações nesta semana, desta vez em Washington, e, após progressos e consenso na semana passada, há expectativa de que as duas maiores economias globais cheguem a um acordo que encerre a guerra comercial.
Na sexta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que poderá prorrogar o prazo de 1º de março para que os países selem acordo. Está previsto um aumento das tarifas dos EUA sobre produtos chineses se nenhum acordo for alcançado até a data.
Também está no radar do mercado a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira.
O Banco Central realiza nesta segunda-feira leilão de até 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de março, no total de 9,811 bilhões de dólares.