Mercados

Dólar sobe mais de 1% e caminha para 3ª alta após decisão do STF

Às 10:37, o dólar avançava 1,03%, a 4,1355 reais na venda

Câmbio: dólar caminhava para a terceira sessão consecutiva de alta contra o real nesta sexta-feira (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)

Câmbio: dólar caminhava para a terceira sessão consecutiva de alta contra o real nesta sexta-feira (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 8 de novembro de 2019 às 09h17.

Última atualização em 8 de novembro de 2019 às 10h54.

São Paulo — O dólar caminhava para a terceira sessão consecutiva de alta contra o real nesta sexta-feira, superando o patamar de 4,10 reais, em dia marcado pela desconfiança política após a decisão do STF de derrubar a possibilidade de prisão depois de condenação em segunda instância, com incertezas renovadas sobre um acordo entre Estados Unidos e China no exterior.

Às 10:37, o dólar avançava 1,03%, a 4,1355 reais na venda.

O dólar à vista fechou as duas sessões anteriores em alta, de 0,29% na véspera e de 2,22% na quarta-feira, na esteira dos decepcionantes leilões da cessão onerosa devido à falta de empresas estrangeiras.

Neste pregão, o dólar futuro tinha alta de 0,89%, a 4,140 reais.

O dia era marcado pela desconfiança no cenário doméstico, com os investidores preocupados sobre o impacto dos mais recentes desdobramentos políticos na economia.

Na quinta-feira, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou a possibilidade de iniciar a execução de pena de prisão após condenação em segunda instância, na maior derrota que a corte impôs à operação Lava Jato nos seus cinco anos e que deve levar à liberdade o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Os ruídos políticos trazem uma certa cautela em semana marcada pelo leilão decepcionante do pré-sal", disse Pablo Spyer, diretor da Mirae Assets. "Diminuiu o ímpeto otimista da queda do dólar."

Nesta sexta-feira, a H. Commcor destacou em nota que "as reações no mercado tendem a ser negativas, tanto pela sensação de insegurança jurídica quanto pelo chamado 'risco Lula'".

"Nesse último aspecto, deve-se expor primeiramente a potencial instabilidade política adicional que a esquerda (fortalecida) promete, tanto em atritos com a atual gestão (politicamente fraca) quanto em termos da disputa presidencial para 2022", explicou.

No exterior, o otimismo comercial recente parecia perder força após uma notícia da Reuters informar que um acordo entre os Estados Unidos e a China para revogar tarifas existentes enfrenta forte oposição na Casa Branca e de conselheiros externos.

"O dólar sobe com um sentimento levemente negativo nos mercados internacionais", explicou Spyer. "Houve um pouco de cautela devido à verdadeira novela da guerra comercial."

O menor apetite por risco deixava as moedas emergentes pares do real, como o peso mexicano, a lira turca e o rand sul-africano, em queda contra a divisa norte-americana.

O índice que mede o dólar contra as principais moedas operava em alta de 0,13%, a 98,270.

O Banco Central vendeu nesta sexta-feira 3.500 contratos de swap cambial reverso e 175 milhões de dólares em moeda spot, de oferta de até 12 mil e 600 milhões, respectivamente.

Adicionalmente, a autarquia também ofertará contratos de swap tradicional, para rolagem do vencimento dezembro de 2019.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarGuerras comerciaisSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Mercados

Tenda engata no balanço do 3º tri e ações avançam 8%

Ibovespa vira para queda e dólar passa a subir à espera de anúncio de medidas fiscais

Smart Fit nas ruas: companhia aumenta projeção de abertura de unidades em 2024

Fomc, pacote fiscal, repercussão do Copom e balanço da Petrobras: o que move o mercado