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Dólar avança ante real pressionado por estrangeiros e saída

Investidores estrangeiros aproveitam para apostar contra o real através de posições compradas no mercado de dólar futuro e cupom cambial

Dólar: às 11h34, o dólar ganhava 0,21%, para R$2,3039 na venda, deixando investidores atentos à possibilidade de o BC entrar no mercado (Getty Images)

Dólar: às 11h34, o dólar ganhava 0,21%, para R$2,3039 na venda, deixando investidores atentos à possibilidade de o BC entrar no mercado (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de agosto de 2013 às 12h18.

O dólar avançava ante o real nesta quarta-feira, refletindo desconfiança sobre os rumos da economia brasileira, pressionado por remessas de recursos para o exterior e aposta de investidores estrangeiros em derivativos cambiais.

Às 11h34, o dólar ganhava 0,21 por cento, para 2,3039 reais na venda, deixando investidores atentos à possibilidade de o Banco Central entrar no mercado. O volume estava em cerca de 125 milhões de dólares, de acordo com dados da BM&F.

"Enquanto não aparecer números que mostrem uma clara situação de crescimento econômico, a pressão de alta no dólar permanece e a cada dia vai se testar um novo patamar", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam Corretora, Jaime Ferreira.

A desconfiança com a economia brasileira se reflete em duas pontas. Prevalecem no mercado à vista fluxos de remessas de empresas para o exterior e, no mercado futuro, as mesmas empresas fazem operações para se proteger contra uma alta mais forte do dólar até o fim do ano.

Aliado a isso, investidores estrangeiros aproveitam para apostar contra o real através de posições compradas no mercado de dólar futuro e cupom cambial, segundo um operador de câmbio de banco estrangeiro, que pediu anonimato.

Dados da BM&F de segunda-feira mostram que investidores estrangeiros estão com posição comprada líquida recorde em cupom cambial e dólar futuro de 14,5 bilhões de dólares, a maior desde março de 2009, de acordo com o cálculo do operador.

O próprio governo está pessimista com o desempenho da economia brasileira. Tanto dentro da equipe econômica quanto no Palácio do Planalto há avaliações de que a atividade pode perder força no terceiro trimestre --o oposto da visão que prevalecia há poucos meses.

Segundo Ferreira, da Intercam, o dólar deve chegar a 2,40 reais até o fim do ano e não passar de 2,25 reais nos movimentos de queda.

Com isso, o mercado fica atento a uma possível atuação do Banco Central para trazer o dólar abaixo de 2,30 reais, coibindo pressões inflacionárias adicionais.

"Vamos ver até que ponto o BC vai ficar sem atuar", afirmou Ferreira, que acredita que autoridade monetária poderá voltar a ofertar contratos de swap cambial tradicional, equivalentes a uma injeção de dólares no mercado futuro, ou vender a moeda norte-americana diretamente no mercado à vista.

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