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Dólar avança 3,1% na semana, maior alta desde maio

Moeda norte-americana subiu 1,14%, a R$ 3,89 nesta sexta-feira, 2, em meio a temores sobre a guerra comercial reiniciada pelos Estados Unidos contra a China

Dólar: moeda subiu 1,14% nesta sexta-feira, 2 (Ismailciydem/Getty Images)

Dólar: moeda subiu 1,14% nesta sexta-feira, 2 (Ismailciydem/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 2 de agosto de 2019 às 17h45.

Última atualização em 2 de agosto de 2019 às 17h59.

São Paulo — O dólar cravou a quinta alta consecutiva frente ao real nesta sexta-feira, 2, na maior valorização diária e para o maior patamar desde meados de junho, puxado pelo novo dia de fortalecimento da moeda norte-americana contra divisas de risco, em meio a temores sobre a guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos contra a China.

O real teve o segundo pior desempenho global, melhor apenas que o do peso colombiano. A piora relativa da divisa doméstica, segundo operadores, está ligada à ausência de fluxos em meio à queda dos diferenciais de juros a mínimas recordes.

O dólar à vista subiu 1,14%, a 3,8915 reais na venda. É a maior alta diária desde 14 de junho (+1,16%) e o maior patamar de fechamento desde 17 de junho (3,9005 reais na venda). Na máxima, o dólar foi a 3,8943 reais.

Na semana, o dólar saltou 3,13%, maior apreciação para o período desde a semana encerrada em 17 de maio (+4,00%).

O dólar subia 1,3% ante o peso colombiano, 1% ante a rupia indonésia e 0,9% contra o peso chileno.

O real e outras divisas emergentes sofreram conforme os Estados Unidos voltaram a elevar o tom contra a China com relação a assuntos comerciais. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta sexta que o país asiático tem muito a fazer para melhorar o cenário para um acordo e que os EUA querem não apenas um acordo, mas um acordo melhor.

Mas a moeda brasileira teve o segundo pior desempenho global, melhor apenas que o do peso colombiano. A piora relativa da divisa doméstica, segundo operadores, está ligada à ausência de fluxos em meio à queda dos diferenciais de juros a mínimas recordes.

"Não tem fluxo, está parado. E isso coincide com a queda nesta semana do juro para uma nova mínima histórica. A combinação pesa contra o real", disse Roberto Campos, gestor sênior de câmbio da Absolute Investimentos.

Em 12 meses até junho, o fluxo cambial líquido contratado está negativo em 28,643 bilhões de dólares. É o pior número desde agosto de 1999 (-40,680 bilhões de dólares).

A falta de fluxo é expressa pelo cupom cambial, juro em dólar negociado no mercado doméstico. O cupom para novembro opera perto das máximas desde o fim de junho, saltando 24 pontos-base ante as mínimas de meados de julho.

A alta do cupom levou o Banco Central a recentemente ampliar as ofertas de linhas de dólares, visando dar liquidez ao mercado e reduzir a demanda por moeda física. Ao mesmo tempo, o BC voltou a fazer rolagens de contratos de swap cambial, numa mensagem ao mercado de manutenção de oferta de dólar disponível para "hedge".

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