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Dólar amplia queda a 1,5% após Fed elevar taxa de juros

O Fed sinalizou que devem ocorrer mais 2 altas ao longo de 2017, desmontando previsões mais pessimistas sobre número maior de avanços

Dólar: "O Fed manteve a perspectiva de altas graduais dos juros e isso fez com que o dólar queimasse a gordura que acumulou na expectativa de que poderia haver sinalização de mais altas" (foto/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 15 de março de 2017 às 16h12.

São Paulo - O dólar ampliou a queda a 1,5 por cento sobre o real nesta quarta-feira após o Federal Reserve , banco central norte-americano, elevar a taxa de juros do país e sinalizar que devem ocorrer apenas mais duas altas ao longo deste ano, desmontando as previsões mais pessimistas sobre número maior de avanços.

Às 15:41, o dólar recuava 1,51 por cento, a 3,1215 reais na venda, depois de bater a mínima de 3,1255 reais. O dólar futuro caía cerca de 1,50 por cento nesta tarde.

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"O Fed manteve a perspectiva de altas graduais dos juros e isso fez com que o dólar queimasse a gordura que acumulou na expectativa de que poderia haver sinalização de mais altas", afirmou o diretor de câmbio do banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.

O Fed elevou os juros pela segunda vez em três meses, para a faixa entre 0,75 e 1 por cento, movimento amplamente esperado e impulsionado pelo crescimento econômico estável, ganhos de emprego fortes e confiança de que a inflação está subindo para o alvo do banco central norte-americano.

Entretanto, o comitê de política monetária do Fed não indicou qualquer plano de acelerar o ritmo do aperto monetário, reforçando a visão de mais duas altas neste ano.

Embora a inflação esteja "perto" da meta de 2 por cento, o banco central destacou que a meta é "simétrica", indicando possível disposição para permitir que os preços subam a um ritmo ligeiramente mais rápido.

Juros mais altos nos Estados Unidos podem atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados em outros mercados financeiros, como o brasileiro.

Antes da decisão do Fed, o dólar trabalhou com leves baixas, influenciado também pelo cenário político brasileiro, após a divulgação da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na véspera.

A lista trouxe 83 pedidos de abertura de inquérito junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra políticos detentores de mandato, com base nos acordos de delação premiada de 77 executivos da Odebrecht com a operação Lava.

Entre os alvos de pedidos de inquérito, de acordo com reportagens publicadas após o envio da dos pedidos, estão os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), Gilberto Kassab (Ciência, Tecnologia e Comunicações), Aloysio Nunes (Relações Exteriores) e Bruno Araújo (Cidades), além dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

"O principal impacto é ela (lista) ter saído num momento em que estamos tentando aprovar as reformas. Muitos parlamentares, mais preocupados em se sustentar no cargo, podem votar contra pensando nas eleições do ano que vem", acrescentou Faria Júnior.

O Banco Central continuava fora do mercado de câmbio, sem anunciar qualquer tipo de intervenção para esta sessão, por enquanto. Ainda havia no mercado expectativa sobre o que o BC fará com os swaps tradicionais que vencem em abril, equivalente a 9,711 bilhões de dólares, se fará alguma rolagem ou não.

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