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Dólar acompanha exterior e segue em queda

Os agentes financeiros fazem ajustes de modo que a moeda americana não se aproxime perigosamente do piso de R$ 2

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

Um brasileiro troca reais por dólares numa casa de câmbio no centro do Rio de Janeiro (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2012 às 10h12.

São Paulo - O dólar segue em queda ante o real nesta terça-feira, em linha com o movimento da moeda norte-americana verificado no exterior. Porém, a continuidade da trajetória descendente não deve ser capaz de acionar o Banco Central no mercado cambial doméstico, com os próprios agentes financeiros fazendo os ajustes de modo que o dólar não se aproxime perigosamente do piso de R$ 2,00. Ainda assim, o sentimento de cautela no exterior, antes da decisão da Corte alemã sobre o fundo de resgate da zona do euro e também da reunião de política monetária do Federal Reserve, tende a manter a oscilação da taxa de câmbio brasileira entre margens estreitas.

O contrato futuro do dólar para outubro abriu em queda e, por volta das 9h25, tinha leve baixa de 0,05%, cotado a R$ 2,0285, de R$ 2,025 (-0,22%), na mínima. No mercado de balcão, o dólar à vista valia R$ 2,022, com ligeira desvalorização de 0,10%, depois de abrir em queda de 0,20%, a R$ 2,020.

Segundo operadores das mesas de câmbio, o dólar replica nos negócios locais o sinal negativo que prevalece nos mercados internacionais. Mas o terreno para a moeda norte-americana seguir em queda é menor, diante da proximidade do piso. Na opinião do gerente da mesa de câmbio de uma corretora paulista, não há risco de o nível de R$ 2,00 ser tocado nesta sessão, o que manteria o BC afastado do mercado, com os próprios agentes entrando com compras e deixando a moeda estrangeira rondando a estabilidade.

Por volta do horário acima, em Nova York, o euro subia a US$ 1,2786, de US$ 1,2759 no fim da tarde de segunda-feira; o dólar norte-americano perdia 0,53% ante o dólar australiano e recuava 0,50% ante o dólar canadense.

Os negócios no exterior seguem à espera de eventos importantes na Europa e nos Estados Unidos, a partir de amanhã. O Tribunal Constitucional da Alemanha confirmou hoje que vai julgar sobre a legalidade do Mecanismo Europeu de Estabilidade (ESM) e do pacto fiscal europeu nesta quarta-feira, como estava previsto. Havia receio de que uma moção apresentada no fim de semana pudesse adiar a decisão.

Já a reunião de política monetária do Fed começa na quarta-feira (12) e termina na quinta-feira (13). É grande a expectativa dos investidores em relação à possibilidade de que o BC dos EUA anuncie uma terceira edição do programa de relaxamento quantitativo (QE3), o que pode prolongar a fraqueza do dólar ao redor do mundo. Aqui no Brasil, porém, especialistas são céticos quanto a uma eventual ruptura do piso de R$ 2,00, que só deve ser sustentada em meio a um fluxo financeiro constante.

Ainda internamente, o mercado brasileiro acompanha o detalhamento do pacote para o setor de energia. A presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciam oficialmente as mudanças na manhã desta terça-feira. Por enquanto, sabe-se que haverá redução no preço da energia para consumidores residenciais (16,2%) e industriais (até 28%).

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