Mercados

Dólar sobe com incertezas sobre impacto fiscal

O cenário doméstico tomado por dúvidas sobre pontos do projeto de auxílio a estados e municípios pautou o tom de pessimismo no mercado de câmbio

Dólar: Na véspera, a moeda americana subiu 1,86%, a 5,1855 reais na venda (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)

Dólar: Na véspera, a moeda americana subiu 1,86%, a 5,1855 reais na venda (Chung Sung-Jun / Equipa/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2020 às 17h19.

Última atualização em 14 de abril de 2020 às 18h25.

dólar comercial chegou a oscilar no fim do pregão desta terça-feira, mas encerrou a sessão em alta de 0,098% cotado em 5,1906 reais. O cenário doméstico tomado por incertezas sobre pontos do projeto de auxílio a estados e municípios pautou o tom de pessimismo.

Na segunda-feira, a Câmara aprovou o pacote de auxílio aos estados e munício, projeto que ficou conhecido como "Plano Mansueto 'Light'", devido às alterações feitas no texto original. Devido à falta de contrapartida para estados endividados tomarem dinheiro da União, há preocupação no mercado sobre a sustentabilidade da medida.

"A desconfiança é muito grande", disse Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos. Segundo ele, o plano inicial era visto como positivo pelo mercado, mas com o surgimento de problemas relacionados ao coronavírus virou um "plano de resgate" aos entes federativos. "Sem contrapartida, abre-se o espaço para os estados manterem cargos disfuncionais, deixando a conta para o governo federal. É um impacto fiscal excessivo", disse.

Para Cristiane Quartaroli, economista do banco Ourinvest, a pandemia de coronavírus deve reforçar o movimento de saída dos investidores dos países emergentes que está em curso desde o ano passado. "Devemos ficar à mercê da volatilidade de olho no exterior."

O que guiou os negócios pela manhã foi o otimismo com a China que começa a demonstrar melhora da atividade econômica. Em março, as importações do país asiático recuaram apenas 0,9% em relação ao ano anterior frente a uma expectativa de queda de 9,5%. Já as exportações tiveram contração de 6,6%, enquanto o mercado esperava uma diminuição de 14%. Em fevereiro, as exportações caíram 17,2%.

“A China está colocando a cabeça para fora [da água] antes do resto do mundo”, disse Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco modalmais. Para o economista, a retomada da atividade econômica chinesa deve impulsionar as exportações brasileiras de commodities, como proteína animal e minério de ferro. 

“Lá a economia é toda planejada e controlada pelo Estado. Então, é mais fácil estimular o investimento em infraestrutura para acelerar a economia”, afirmou Bandeira. 

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólar

Mais de Mercados

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Ibovespa opera perto da estabilidade após governo anunciar R$ 15 bi de corte de gastos; dólar sobe

Mais na Exame