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Dólar abre em alta no balcão devido à ata do Fed

Em relação a divisas de elevada correlação com os preços das commodities, a trajetória do dólar era de alta

Por volta de 9h45, o dólar à vista no balcão avançava 0,69% ante o real, negociado a R$ 2,050 (Alex Wong/Getty Images)

Por volta de 9h45, o dólar à vista no balcão avançava 0,69% ante o real, negociado a R$ 2,050 (Alex Wong/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 4 de janeiro de 2013 às 09h14.

São Paulo - O dólar abriu nesta sexta-feira em alta em relação ao real no mercado à vista de balcão reagindo à divulgação da ata do Federal Reserve relativa à reunião de política monetária de dezembro do ano passado, que indicou que o arsenal do banco central norte-americano para conter a crise está diminuindo.

O documento foi apresentado nesta quinta-feira (3), mas somente após o fechamento do mercado de balcão. Por esse motivo, a ata teve reflexo apenas sobre o dólar futuro para fevereiro, que inverteu a trajetória de queda e fechou a quinta-feira em leve alta.

Na abertura de hoje, esse movimento de valorização era intensificado e o dólar para fevereiro subia 0,12%, a R$ 2,0575 às 9h09.

Por volta de 9h45, o dólar à vista no balcão avançava 0,69% ante o real, negociado a R$ 2,050. No mercado internacional, nesse horário, o euro era cotado a US$ 1,3013, ante US$ 1,3049 do fim da tarde de ontem.

Em relação a divisas de elevada correlação com os preços das commodities, a trajetória do dólar era de alta. A moeda dos EUA marcava avanço de 0,64% ante o dólar australiano, subia 0,36% ante o canadense e ganhava 0,70% em comparação ao neozelandês.

No Brasil, mesmo que o dólar vá além do patamar de R$ 2,05, teto fixado indiretamente pelo Banco Central no fim do ano passado, não é certo que a autoridade monetária volte a atuar para conter a valorização da moeda norte-americana, como fez diversas vezes no último mês de 2012.


Isso porque, segundo observa um operador, em dezembro o mercado de câmbio vivia outra realidade, com remessas expressivas da moeda norte-americana para o exterior por parte das empresas. "A possibilidade de o BC atuar sempre existe, mas no fim do ano passado a situação era diferente, com uma necessidade maior de atuação", pondera.

Ontem, a ata do Federal Reserve sugeriu que a instituição poderá suspender seu programa de compra de bônus - que foi crucial para impulsionar a economia - já neste ano.

A divulgação causou impacto imediato nas bolsas de Nova York, que terminaram em queda. As bolsas asiáticas também reagiram ao documento e fecharam majoritariamente no vermelho. Na Europa, as praças acionárias seguem a mesma direção, ajustando-se em relação à ata, divulgada quando os índices à vista já estavam fechados.

Trechos do documento revelaram que alguns funcionários defendem uma suspensão imediata da compra de bônus, que injetou US$ 85 bilhões por mês na economia norte-americana.

O Federal Reserve informou no ano passado que continuaria a comprar ativos, uma medida que injeta mais dinheiro na economia, até que a taxa de desemprego fosse reduzida nos EUA

. A autoridade monetária, contudo, não fixou um prazo para terminar esse movimento. Resta agora acompanhar a divulgação do payroll, às 11h30, sendo que os números do relatório de emprego referente a dezembro podem acalmar um pouco os ânimos dos mercados.

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