Dólar fecha em alta em meio à escalada de tensão entre China e EUA
China impõe sanção a autoridades americanas em retaliação contra interferência dos EUA em Hong Kong
Guilherme Guilherme
Publicado em 10 de agosto de 2020 às 17h00.
Última atualização em 10 de agosto de 2020 às 17h03.
O dólar fechou em alta nesta segunda-feira 10, com a escalada de tensões entre China e Estados Unidos, que ganharam novo fôlego, após Pequim impor sanções a 11 funcionários americanos, incluindo os senadores republicanos Ted Cruz e Marco Rubio. O dólar comercial subiu 1% e fechou sendo vendido por 5,465 reais, enquanto o dólar turismo avançou 0,7% para 5,76 reais.
"A China decidiu impor sanções a algumas pessoas que se comportaram mal em questões relacionadas com Hong Kong", afirmou Zhao Lijian, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros. A retaliação chinesa ocorre após os EUA adotarem medida semelhante contra autoridades de Hong Kong. Também no fim de semana, o secretário de Saúde dos EUA visitou Taiwan em viajem condenada pela China, que considera a ilha uma província rebelde.
Apesar do tom negativo no mercado, o dólar chegou a ser negociado no campo em queda pela manhã. Segundo Vanei Nagem, analista da Terra Investimentos, o movimento foi incentivado pela realização de lucros. "Tinha subido muito na sexta-feira. A guerra comercial está pegando", disse.
No radar dos investidores também esteve o decreto de Donald Trump que estende o auxílio emergencial para desempregados injetou algum ânimo, após democratas e republicanos não chegarem ao acordo sobre o pacote de estímulo.
No cenário interno, o mercado também comemora as últimas declarações do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, favoráveis à manutenção do teto de gastos. “Não dá para usar um projeto, uma PEC, pelo menos na Câmara, para burlar o teto de gastos. Se o governo tiver essa intenção, eu discordo e vou trabalhar contra”, afirmou Maia em entrevista ao Estado de S. Paulo.