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Dólar à vista alterna sinais e fecha estável em R$ 3,485

O dado veio abaixo das previsões e reforçou apostas de que o Fed deverá esperar mais tempo para voltar a elevar os juros da economia norte-americana


	Dólares: Entre a mínima e a máxima, o dólar oscilou de R$ 3,461 (-0,69%) a R$ 3,505 (+0,57%)
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Dólares: Entre a mínima e a máxima, o dólar oscilou de R$ 3,461 (-0,69%) a R$ 3,505 (+0,57%) (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2015 às 18h35.

São Paulo - O dólar à vista alternou altas e baixas desde a abertura nesta segunda-feira, 17, e acabou por fechar estável, cotado a R$ 3,485. Em uma sessão de negócios reduzidos, o mercado de câmbio dividiu as atenções entre as influências do cenário internacional e a cautela com o ambiente doméstico.

Entre a mínima e a máxima, o dólar oscilou de R$ 3,461 (-0,69%) a R$ 3,505 (+0,57%). A divisa iniciou o dia em alta, acompanhando a tendência internacional de valorização. A queda veio com a divulgação do índice Empire State de atividade industrial em Nova York, que caiu de +3,86 em julho para -14,92 em agosto, segundo informou o Federal Reserve local.

O dado veio abaixo das previsões e reforçou apostas de que o Fed deverá esperar mais tempo para voltar a elevar os juros da economia norte-americana. Com essa percepção, a moeda americana perdeu força, assim como as taxas dos títulos do Tesouro dos EUA.

Operadores também citaram como fator de menor pressão sobre o câmbio as declarações da semana passada do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizando que o BC não deverá intervir no mercado à vista, mas que poderá utilizar derivativos, como os contratos de swap cambial, para manter a estabilidade do mercado cambial.

Hoje, mais uma vez, a autoridade monetária vendeu a totalidade dos 11 mil contratos de swap cambial ofertados na rolagem de títulos. Ainda assim, a moeda não encontrou espaço para uma queda, depois da valorização de 3,49% da semana passada.

A cautela com o cenário político foi influência importante nesta que foi a primeira sessão de negócios após as manifestações contra o governo Dilma Rousseff.

Com a adesão popular inferior à dos protestos de 15 de março, a percepção do mercado foi de que o evento não deve ter força para agravar a crise no Palácio do Planalto.

No entanto, os investidores aguardam o início das atividades do Congresso na semana para testar se, de fato, as manifestações não terão impacto sobre as decisões. Para amanhã, no Senado, está prevista a votação do projeto de desoneração da folha de pagamentos.

Entre os opositores não faltaram críticas ao governo, endossando as manifestações. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse, em postagem no Facebook, que o mais "significativo" dos protestos foi a "persistência do sentimento popular de que o governo, embora legal, é ilegítimo".

No post, FHC defendeu que a presidente Dilma tenha um "gesto de grandeza", que poderia ser a renúncia ou admissão de erros. Já o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), minimizou o fato. "As manifestações aconteceram dentro da normalidade. Todos têm esse direito. Manifestação ordeira pode ser até contra mim, sem problemas", disse.

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