Luiz Fernando Rolla, Maria Helena Santana e Ricardo Florence participaram do evento (.)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2010 às 16h25.
São Paulo Com os mercados internacionais instáveis e a expectativa de que o Brasil se torne, em breve, destino padrão para os investimentos globais, a função de diretor de relações com investidores precisará de maiores treinamentos e exigências. Assim o IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) justificou a série de medidas para profissionalização do setor que estão incluídas nos projetos para o biênio de 2010/2011, lançados nesta segunda-feira (24). Uma das propostas apresentadas é a criação de uma certificação para os diretores da área, que será elaborada no segundo semestre.
Segundo o presidente executivo do IBRI e diretor de relações com investidores da Marfrig, Ricardo Florence, ainda não são conhecidos detalhes da medida, ou se ela será obrigatória. "A versão final ainda não está definida, e será votada pelo Conselho de Administração do instituto, mas queremos implementá-la até 2011", afirmou durante a apresentação do plano de ação.
Além da nova qualificação, os projetos incluem a transformação do IBRI em entidade educacional, com oferecimento de cursos e MBAs; maior transparência e melhoria na divulgação de informações, além do estímulo da governança corporativa. Está previsto, também, um acordo com a Anbima (Associação Brasileira de Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais), para o que Florence chamou de "busca e disseminação de melhores práticas de mercado".
"Os RIs precisam de novas habilidades num mercado global. Agora, realmente, nossa presença deve acontecer 7 dias por semana e 24 horas por dia. Nosso papel é preparar os profissionais para esse desafio e ensinar a cultura do RI à empresa como um todo", disse em discurso o presidente do conselho administrativo do IBRI e diretor de RI da Cemig, Luiz Fernando Rolla. O conselho de administração do IBRI é formado por diretores de relações com investidores de empresas como Itaú, Paranapanema, Usiminas, Souza Cruz, Banco do Brasil e Brasken.
Transparência
O lançamento dos projetos contou com discurso da presidente da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Maria Helena Santana. A representante da entidade reguladora do mercado nacional reiterou a importância da transparência na comunicação e rigor das informações. "É imprescindível deixar clara toda informação necessária para que o acionista exerça um voto consciente. Quando uma assembléia for convocada, essa informação já deve estar pública ", ressaltou.
Santana subiu ao púlpito citando o "período pouco popular" da CVM, após implementação, em dezembro, de uma série de medidas para maior detalhamento das informações públicas das companhias (reforma das instruções números 480 e 481). Sabemos que colocamos em vigor regras muito desafiadoras. Mas estamos em diálogo para discutir pontos e melhorar o marco regulatório.
Antes da solenidade de lançamento, a presidente da CVM e o conselho IBRI tiveram uma conversa que Santana chamou de sincera, honesta e útil sobre os efeitos da absorvição da norma. Nossa intenção é trazer para o Brasil o chamado shelf registration ou shelf system, disse a presidente, se referindo ao método de registro da SEC, reguladora dos mercados americanos. "Informação é a razão de ser do RI, que funciona como tradutor entre empresa e mercado".