Decisão do Fed, ata do Copom, Itaú, CSN e o que mais move o mercado
Mercado internacional mantém estabilidade no aguardo de discurso de Jerome Powell
Guilherme Guilherme
Publicado em 3 de novembro de 2021 às 07h08.
Última atualização em 3 de novembro de 2021 às 09h11.
As bolsas internacionais operam próximas da estabilidade na manhã desta quarta-feira, 3, com investidores à espera da decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). Embora a manutenção do atual intervalo de juros seja consenso no mercado, as atenções estarão todas voltadas para o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell , às 15h30.
Há grande expectativa de que Powell faça o anúncio oficial da retirada de estímulos via compra de títulos, o chamado tapering.
O movimento, que vem sendo sinalizado há meses por membros do Fed, deve ter início em dezembro e mudar toda a dinâmica do mercado de títulos americano, que gradualmente perderá um de seus maiores players, o próprio banco central americano.
A decisão ocorre em meio aos altos índices de inflação, que vem se mostrando mais persistente nos Estados Unidos do que inicialmente esperado. No discurso de Powell, investidores ainda estarão atentos a possíveis sinais de aumento de juros em reuniões futuras.
Ainda que o Fed venha tentando desassociar as duas políticas, o mercado já vê a elevação dos juros como o passo seguinte após o encerramento do tapering , previsto para meados do ano que vem.
Previa do payroll
Antes do discurso de Powell, investidores irão repercutir os dados do Instituto ADP, conhecido como prévia do relatório oficial de empregos não agrícolas dos Estados Unidos, o payroll, que sairá na sexta-feira, 5. Previsto para às 9h15, o ADP deve revelar a criação de 400.000 empregos privados em outubro, abaixo dos 548.000 registrados em setembro.
Ata do Copom
Os rumos da política monetária também serão ponto de atenção no mercado brasileiro, com a divulgação da ata da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), às 7h30. Na última reunião, o Banco Central acelerou o ritmo de alta da Selic de 100 pontos-base para 150, levando a Selic de 6,25% para 7,75%. No comunicado, o Copom ainda sinalizou um novo ajuste de mesma magnitude para a decisão de dezembro.
Balanços com Itaú e CSN
Além da agenda dos bancos centrais, seguem no radar do mercado os balanços corporativos do terceiro trimestre.
O principal destaque do dia será o resultado do Itaú (ITUB4), previsto para após o encerramento do pregão. Com a maior participação do setor no Ibovespa, o Itaú será o segundo dos grandes bancos do país a apresentar seus números do período. O primeiro foi o Santander, que superou as estimativas, alimentando as expectativas para os resultados de seus concorrentes.
Outro destaque da temporada de balanços será a CSN (CSNA3), que irá divulgar seu resultado nesta noite junto com a CSN Mineração (CMIN3). O consenso da Bloomberg é de que a siderúrgica apresente receita líquida de 12,51 bilhões de reais, com Ebitda ajustado de 5,40 bilhões de reais.
Também irão reportar balanços nesta quarta PetroRio (PRIO3), Rede D’Or (RDOR3), Arezzo (AREZ3), Cielo (CIEL3), Copasa (CSMG3), GPA (PCAR3), Marcopolo (POMO4), Pague Menos (PGMN3), Ultrapar (UGPA3), Unidas (LCAM3), AES Brasil (AESB3) e Banco Pan (BPAN4).
Retrovisor
Enquanto a bolsa esteve fechada devido ao feriado de Finados, na terça-feira, 2, o EWZ, ETF negociado nos Estados Unidos que representa as ações brasileiras, fechou em queda de 1,81%, na contramão dos principais índices americanos, que renovaram recordes na última sessão.
A queda do EWZ teve grande influência das ADRs da Vale, que tombaram 4,43%, seguindo a desvalorização do minério de ferro, que havia fechado na mínima em mais de um ano, abaixo de 600 iuanes por tonelada, em Dalian. Nesta quarta, a commodity fechou próxima da estabilidade na China.