São Paulo - A piora no cenário fiscal brasileiro contribuía para o dólar operar em alta em relação ao real nesta sexta-feira em meio à briga pela formação da Ptax de novembro e ao volume reduzido pelo fechamento mais cedo dos mercados financeiros dos Estados Unidos.

Às 12h21, o dólar avançava 0,24 por cento, a 2,3230 reais na venda, depois atingir 2,3280 reais na máxima do dia.

Segundo dados da BM&F, o volume de negociação estava em cerca de 297 milhões de dólares, com investidores buscando favorecer suas posições antes o fechamento da Ptax do mês, que serve de referência para uma série de contratos no país.

"Nossos problemas internos têm levantado muitas dúvidas, deixando o mercado apreensivo, querendo se prevenir deste cenário de deterioração", disse o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, referindo-se ao resultado primário de outubro.

O setor público brasileiro registrou superávit primário de 6,188 bilhões de reais no mês passado, abaixo de estimativas de pesquisa da Reuters de um saldo positivo de 9,75 bilhões de reais. O desempenho dificulta ainda mais o cumprimento da meta de 2,3 do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.

"Os dados piores do cenário fiscal podem piorar a credibilidade com o governo e voltar à tona a discussão sobre um possível rebaixamento do Brasil mais para frente, abrindo espaço para alta mais forte do dólar", afirmou o operador de um banco brasileiro.

Nesta sexta-feira, o Banco Central ainda realizou mais um leilão de linha previsto em seu cronograma de atuações diárias.

A venda da oferta de até 1 bilhão de dólares teve taxa de recompra de 2,358458 reais em 4 de fevereiro do ano que vem.