Dados do mercado de trabalho americano e fiscal no Brasil: o que move o mercado
De olho na agenda de indicadores, investidores acompanham a publicação do relatório do ADP e dos pedidos de auxílio-desemprego nos EUA
Repórter de finanças
Publicado em 5 de setembro de 2024 às 08h38.
Os mercados internacionais operam mistos na manhã desta quinta-feira, 5.De olho em novos números do mercado de trabalho americano, os índices futuros dos Estados Unidos seguem sem direção única. Na Europa, as bolsas também trabalham mistas, assim como no fechamento da Ásia.
Relatório ADP, pedidos de auxílio-desemprego e PMI
Na agenda de indicadores econômicos dos EUA, às 9h15 terá a divulgação do relatório de emprego ADP. O documento, publicado mensalmente sempre na primeira semana, antecipa uma visão preliminar do desempenho do mercado de trabalho e é divulgada antes do relatório oficial do governo dos EUA, o payroll, que será divulgado nesta sexta-feira, 6.
A Genial Investimentos estima uma variação no setor de empregos de agosto de 144.000, ante 122.000 em julho.
Já às 9h30 terá a publicação dos números semanais de seguro-desemprego. Nas projeções da casa, o período deve apresentar 230.000 novos pedidos, ante os 231.000 anteriores.
Por fim, às 11h, o Institute for Supply Management (ISM) divulga o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços de agosto. Em julho, o indicador ficou em 51,4. Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade.
Contas públicas e balança comercial
No Brasil, de olho também nos indicadores, às 14h a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) divulga o resultado primário de julho. A estimativa da Genial Investimentos é de uma déficit de R$ 8,6 bilhões, ante os - R$ 38,6 bilhões de junho.
Às 15h, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) divulga a balança comercial mensal de agosto. As projeções da casa apontam para um superávit comercial em US$ 6,1 bilhões, ante os US$ 7,6 bilhões de julho.
Salários do Japão
No Japão,os salários avançaram pelo segundo mês consecutivo e fortaleceram a tese de que o Banco do Japão (BoJ) pode aumentar o aperto monetário, também amplificado por sinalizações do dirigente Hajime Takata.
O Japão é conhecido por suas baixas taxas de juros, quase zeradas e, muitas vezes, negativas. Em março deste ano, o BoJ elevou pela primeira vez em 17 anos a taxa básica que estava em zero. Em julho, novamente aumentou os juros de referência para “cerca de 0,25%” de sua faixa anterior de 0% a 0,1%.
Apesar de distante, movimentos no Japão podem afetar o real. Como a taxa de juros por lá era baixíssima, favorecia os tomadores de empréstimo. Esses tomadores, por sua vez, pegam dinheiro emprestado no Japão (taxas baixas) e investem em países com taxas de juros mais altas, como o Brasil.
Caso as taxas de juros por lá continuem subindo, muitos investidores não farão mais essa estratégia de investimento (conhecida como carry-trade ), tirando o dinheiro do Brasil para devolver ao Japão. Com a saída de capital por aqui, o real tende a se depreciar.