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CVC (CVCB3) lidera ganhos do Ibovespa após primeiro lucro em 20 trimestres

Ação ainda acumula queda de 25% no ano e perdas desde antes da pandemia superam 90%

CVC: empresa inaugurou 90 lojas no trimestre (CVC/Divulgação)

Publicado em 13 de novembro de 2024 às 11h43.

Última atualização em 13 de novembro de 2024 às 11h45.

As ações da CVC (CVCB3) lideram os ganhos do Ibovespa nesta quarta-feira, 13, com alta de 4,25%, a R$ 2,21. A forte valorização ocorre após a companhia registrar seu primeiro lucro trimestral desde 2020. No balanço do terceiro trimestre, divulgado na noite anterior, a CVC reportou lucro líquido de R$ 14,4 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 87,5 milhões no mesmo período do ano passado.

A empresa também registrou uma geração de caixa operacional de R$ 118 milhões, uma melhora de R$ 209 milhões em relação ao ano anterior. A redução de 30,4% nas despesas operacionais contribuiu significativamente para a recuperação dos resultados.

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O refinanciamento das debêntures trouxe maior flexibilidade financeira, extensão de prazos de pagamento e redução de custos. As despesas financeiras anuais caíram R$ 20,4 milhões, para R$ 76,6 milhões. O prejuízo financeiro foi de R$ 42,8 milhões, 28,7% abaixo do mesmo período de 2023.

No Brasil, o segmento B2C registrou um aumento de 10% nas reservas confirmadas, impulsionado pela abertura de 72 novas lojas. A CVC também aposta na expansão na Argentina, onde abriu 18 lojas no trimestre, visando uma recuperação econômica local. Apesar do cenário desafiador, o EBITDA da operação argentina foi positivo em R$ 6,5 milhões, contribuindo para o lucro consolidado. No Brasil, o EBITDA cresceu 60%, alcançando R$ 118 milhões.

As reservas confirmadas somaram R$ 3,684 bilhões no trimestre, uma queda de 2%, enquanto as reservas consumidas caíram 1%, para R$ 3,866 bilhões. Excluindo o estado do Rio Grande do Sul, afetado por enchentes no 2T, as reservas consumidas no Brasil teriam crescido 9% ano a ano.

“A CVC continua a apresentar uma tendência de enfraquecimento nas reservas, mas tem conseguido melhorar a rentabilidade operacional. Após atingir o ponto mais baixo em 2020 e 2021, a CVC pode se beneficiar da recuperação na demanda por viagens, enquanto explora seus fortes relacionamentos de longo prazo com o setor hoteleiro e as companhias aéreas”, apontam analistas do BTG Pactual, do mesmo grupo controlador da Exame.

Ação pode subir mais?

O BTG Pactual mantém preço-alvo de R$ 3 para a ação da CVC e recomendação "neutra", devido aos "grandes desafios à frente, como o processo de desalavancagem e a competição com as OTAs, as agências de viagens online".

Por outro lado, os analistas do Itaú BBA estão mais otimistas, com preço-alvo de R$ 5,10 por ação. A previsão é de aceleração no crescimento das reservas, impulsionada pela recuperação gradual na Argentina, reabertura do aeroporto no RS e expansão de lojas, que amplia a capilaridade da marca. A recente reestruturação da dívida, com extensão do prazo de amortização, fortalece ainda mais a estabilidade financeira da empresa, permitindo foco em crescimento.

Mesmo com a alta de hoje, as ações da CVC acumulam queda de 24% no ano e uma perda de 94% desde o início de 2020.

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