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Crescimento de Trump nas pesquisas preocupa mercados

Pesquisa apontou como vencedor o candidato republicano, pela primeira vez desde maio

O candidato à presidência dos EUA Donald Trump: principais bolsas europeias abriram em queda nesta quarta-feira (Carlo Allegri/Reuters)

O candidato à presidência dos EUA Donald Trump: principais bolsas europeias abriram em queda nesta quarta-feira (Carlo Allegri/Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de novembro de 2016 às 11h08.

Última atualização em 2 de novembro de 2016 às 14h57.

A menos de uma semana para a eleição presidencial americana, uma pesquisa apontando Donald Trump vencedor preocupava nesta quarta-feira os mercados, enquanto Barack Obama aumentava os esforços para apoiar Hillary Clinton.

As principais bolsas europeias abriram em queda nesta quarta-feira, na esteira dos fechamentos em baixa em Wall Street na terça-feira (-0,7%), depois das bolsas de Tóquio (-1,76%) e Hong Kong (-1,45 %) nesta quarta, temendo uma vitória de Donald Trump, sinônimo para eles de grandes incertezas políticas e econômicas.

"O risco Trump ressurgiu e com ele um desconforto sobre como a política será conduzida nos Estados Unidos", comentou à agência Bloomberg Chihiro Ohta, um corretor da SMBC Nikko Securities.

Uma pesquisa ABC-Washington Post apontou como vencedor o candidato republicano, pela primeira vez desde maio, com 46% dos votos, contra 45% para Hillary Clinton.

As demais pesquisas de opinião pública ainda apontam uma vantagem para a democrata, mas a sua média estabelecida pelo site Real Clear Politics coloca Hillary a apenas 2,2 pontos à frente de seu adversário (45,3% contra 43,1%) a nível nacional.

E Donald Trump, que recentemente disse não acreditar nas pesquisas, voltou a citá-las para dizer que está "em ascensão em todos os lugares".

"Vamos ganhar a Casa Branca", assegurou na terça-feira durante comícios em dois estados historicamente democratas, Pensilvânia e Wisconsin.

Mudança de roteiro

Após a reabertura pelo FBI do caso dos e-mails de Hillary Clinton na semana passada, Trump denunciou, apesar da ausência de qualquer informação nesse sentido, uma adversária "que enfrenta crescentes problemas com a justiça".

Nesta quarta-feira ele deve seguir Hillary na Flórida, estado indispensável para o republicano se quiser ganhar a disputa, com três comícios previstos em Miami, Orlando e Pensacola.

Hillary Clinton estará em Nevada e Arizona, dois dos dez estados onde a eleição será ganha. Enquanto o atual presidente Barack Obama, com uma enorme popularidade de fim de mandato (54% de acordo com a última média da Gallup), espera jogar o seu peso em favor de sua candidata.

Ele estará nesta quarta-feira em Raleigh (Carolina do Norte), na quinta-feira em Miami e Jacksonville (Florida), na sexta-feira em Charlotte (Carolina do Norte).

Hillary pensava que os últimos dias de campanha seriam dedicados a uma mensagem unificadora depois de uma campanha particularmente ofensiva que dividiu os americanos. Mas após o anúncio do FBI, ela mudou o roteiro, retomando os ataques contra Trump.

Na Flórida, a democrata de 69 anos tirou proveito de uma nova pesquisa divulgada terça à noite apontando ela como vencedora, com 48% contra 40% entre os eleitores que já votaram na Flórida.

Contudo, esta pesquisa TargetSmart e da universidade William & Mary é limitada a uma pequena amostra de eleitores.

A média das últimas pesquisas neste estado do sul que é o jackpot de todos os estados-chave variou bastante, com Trump à frente com 45,5%, contra 44,5% para Hillary.

Em um comício em Dade City, foi apresentada por Alicia Machado, ex-Miss Universo de 1996 que foi humilhada na época por Trump por ter engordado. Hillary listou a série de declarações ultrajantes, insultantes e sexistas de seu adversário.

"Ele passou a sua vida a depreciar, degradar, insultar e agredir mulheres", disse ela, alertando contra um candidato que "insulta mais da metade da população". Ela também lembrou o vídeo onde Trump se vangloria de poder fazer tudo com uma mulher porque é famoso. Doze mulheres o acusaram de gestos sexuais impróprios.

Mais tarde, em Sanford, ela atacou o bilionário populista sobre seus impostos, denunciando um "esquema duvidoso", evocado pelo New York Times, para não pagar impostos.

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