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Cresce comércio de Bitcoin como alternativa ao real

O volume negociado saltou para R$ 10,5 milhões em dezembro, com a desvalorização do real, contra quase zero um ano antes

A moeda virtual Bitcoin: o real mergulhou 9,6% nos últimos três meses contra o dólar enquanto a inflação subiu para 5,91% em 2013  (Flickr.com/zcopley)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2014 às 14h15.

São Paulo - O real em queda livre e a aceleração da inflação no Brasil estão ajudando a maior corretora de Bitcoin do país a angariar compradores para a moeda virtual.

Rodrigo Batista, presidente da corretora on-line Mercado Bitcoin, disse que o volume negociado saltou para R$ 10,5 milhões (US$ 4,4 milhões) em dezembro, contra quase zero um ano antes, crescimento que ele atribuiu em parte à desvalorização do real.

O real mergulhou 9,6 por cento nos últimos três meses contra o dólar, tornando difícil para os decisores políticos controlar a inflação apesar dos maiores aumentos do mundo nos custos dos empréstimos.

A inflação, que subiu para 5,91 por cento em 2013 mesmo após o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dizer que ela desaceleraria, está gerando interesse nos brasileiros pelo Bitcoin, uma moeda virtual que subiu para US$ 1.005 na semana passada na plataforma de comércio Mt Gox, acima dos US$ 15 de um ano atrás.

“O medo da inflação é um fator determinante para algumas pessoas tomarem riscos em relação à Bitcoin por aqui”, disse Batista, ex-desenvolvedor de programas para o Morgan Stanley no Brasil, em 22 de janeiro, em entrevista, em São Paulo.

“Não há bons investimentos por aqui com a inflação a 6 por cento, mais altas taxas tributárias. Se o real continuar caindo muito, ele também continuará beneficiando o mercado”.


Batista prevê que o volume no Mercado Bitcoin subirá para cerca de R$ 160 milhões ao mês em 2014, a ponto de rivalizar com o volume negociado na Alemanha.

Batista e dois sócios compraram a corretora em abril de um desenvolvedor de softwares. A corretora, que agora tem seis funcionários, lucra em média 2,5 por cento com cada transação, disse ele.

Recepção mista

O Bitcoin tem tido uma recepção mista nos países emergentes, em um momento em que governos ao redor do mundo buscam proteger consumidores e empresas de potenciais perdas. O Banco Central da China proibiu os bancos de aceitar Bitcoins e o Banco Central da Índia alertou os que operam com a moeda virtual sobre riscos legais.

O Banco Central do Brasil disse que não está regulando o Bitcoin por enquanto por meio de uma lei de métodos de pagamento porque a moeda virtual não é suficientemente significativa para ter uma “importância sistêmica”, segundo uma resposta a questões, enviada por e-mail em 22 de janeiro.

A queda de 28 por cento do real nos últimos dois anos é a maior entre as principais moedas monitoradas pela Bloomberg, atrás do rand sul-africano.


A deterioração fiscal sob o mandato da presidente Dilma Rousseff está provocando apostas em uma redução da classificação de crédito e o Brasil tem uma das mais altas taxas tributárias entre os principais mercados emergentes, segundo o Banco Mundial.

Aceitação do negócio

A maioria dos compradores no Brasil está interessada no Bitcoin como um investimento, disse Batista. O fato de que empresas brasileiras estejam aceitando a moeda, de sex shops a hotéis, é um sinal de que a posição neutra do Banco Central beneficia o mercado, disse ele.

Entre os clientes estão investidores da vizinha Argentina com raízes brasileiras, que são atraídos para o Bitcoin para evitar controles de capital e a depreciação do peso.

A volatilidade é uma preocupação dos compradores de Bitcoin, disse Batista.

A moeda digital atingiu um recorde de US$ 1.242 em novembro e caiu para menos da metade deste preço poucos dias depois.

“As pessoas olham para isso como um novo e arriscado ativo com potencial para grandes ganhos, como ativos binários em que você tem um grande retorno ou zero”, disse ele. “Elas colocam um dinheiro que não têm problema em perder”.

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São Paulo - O real em queda livre e a aceleração da inflação no Brasil estão ajudando a maior corretora de Bitcoin do país a angariar compradores para a moeda virtual.

Rodrigo Batista, presidente da corretora on-line Mercado Bitcoin, disse que o volume negociado saltou para R$ 10,5 milhões (US$ 4,4 milhões) em dezembro, contra quase zero um ano antes, crescimento que ele atribuiu em parte à desvalorização do real.

O real mergulhou 9,6 por cento nos últimos três meses contra o dólar, tornando difícil para os decisores políticos controlar a inflação apesar dos maiores aumentos do mundo nos custos dos empréstimos.

A inflação, que subiu para 5,91 por cento em 2013 mesmo após o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, dizer que ela desaceleraria, está gerando interesse nos brasileiros pelo Bitcoin, uma moeda virtual que subiu para US$ 1.005 na semana passada na plataforma de comércio Mt Gox, acima dos US$ 15 de um ano atrás.

“O medo da inflação é um fator determinante para algumas pessoas tomarem riscos em relação à Bitcoin por aqui”, disse Batista, ex-desenvolvedor de programas para o Morgan Stanley no Brasil, em 22 de janeiro, em entrevista, em São Paulo.

“Não há bons investimentos por aqui com a inflação a 6 por cento, mais altas taxas tributárias. Se o real continuar caindo muito, ele também continuará beneficiando o mercado”.


Batista prevê que o volume no Mercado Bitcoin subirá para cerca de R$ 160 milhões ao mês em 2014, a ponto de rivalizar com o volume negociado na Alemanha.

Batista e dois sócios compraram a corretora em abril de um desenvolvedor de softwares. A corretora, que agora tem seis funcionários, lucra em média 2,5 por cento com cada transação, disse ele.

Recepção mista

O Bitcoin tem tido uma recepção mista nos países emergentes, em um momento em que governos ao redor do mundo buscam proteger consumidores e empresas de potenciais perdas. O Banco Central da China proibiu os bancos de aceitar Bitcoins e o Banco Central da Índia alertou os que operam com a moeda virtual sobre riscos legais.

O Banco Central do Brasil disse que não está regulando o Bitcoin por enquanto por meio de uma lei de métodos de pagamento porque a moeda virtual não é suficientemente significativa para ter uma “importância sistêmica”, segundo uma resposta a questões, enviada por e-mail em 22 de janeiro.

A queda de 28 por cento do real nos últimos dois anos é a maior entre as principais moedas monitoradas pela Bloomberg, atrás do rand sul-africano.


A deterioração fiscal sob o mandato da presidente Dilma Rousseff está provocando apostas em uma redução da classificação de crédito e o Brasil tem uma das mais altas taxas tributárias entre os principais mercados emergentes, segundo o Banco Mundial.

Aceitação do negócio

A maioria dos compradores no Brasil está interessada no Bitcoin como um investimento, disse Batista. O fato de que empresas brasileiras estejam aceitando a moeda, de sex shops a hotéis, é um sinal de que a posição neutra do Banco Central beneficia o mercado, disse ele.

Entre os clientes estão investidores da vizinha Argentina com raízes brasileiras, que são atraídos para o Bitcoin para evitar controles de capital e a depreciação do peso.

A volatilidade é uma preocupação dos compradores de Bitcoin, disse Batista.

A moeda digital atingiu um recorde de US$ 1.242 em novembro e caiu para menos da metade deste preço poucos dias depois.

“As pessoas olham para isso como um novo e arriscado ativo com potencial para grandes ganhos, como ativos binários em que você tem um grande retorno ou zero”, disse ele. “Elas colocam um dinheiro que não têm problema em perder”.

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