Confira as ações do Ibovespa que mais subiram e as que mais caíram em maio
O Ibovespa encerrou o mês com alta de 8,57%, no melhor desempenho desde 2009. Parte da explicação é o otimismo dos investidores com ativos de risco
Natália Flach
Publicado em 29 de maio de 2020 às 18h49.
Última atualização em 29 de maio de 2020 às 19h03.
O Ibovespa encerrou maio com alta de 8,57%, no melhor desempenho para o mês desde 2009. O resultado positivo vem em linha com o maior otimismo dos investidores com ativos de risco, em um momento que países dão início à reabertura de suas economias. Isso aliado aos trilhões de dólares injetados nos mercados e do corte das taxas básicas de juros representam um incentivo a mais para investimentos em ações.
No Brasil, o comitê de política monetária cortou a Selic no início do mês em 0,75 ponto percentual para 3% ao ano - menor patamar da história -, o que aumenta o interesse dos brasileiros pela bolsa de valores. Isso ajuda a explicar por que, mesmo em meio a uma crise econômica que derrubou o produto interno bruto do país em 1,5% no primeiro trimestre, o número de investidores na B3 só cresce. Até o final de abril, eram 2,4 milhões de CPFs cadastrados, nível mais alto já alcançado.
Entre as ações que se destacaram no mês - principalmente por causa do isolamento social - estão as varejistas Via Varejo (com alta de 34,97%), Magazine Luiza (27,29%) e B2W (23,62%). Também tiveram bom desempenho em maio as empresas diretamente ligadas a exportações, que se beneficiaram da valorização do dólar no país. É o caso da Usiminas (27,29%) e Gerdau (19,81%). Outro segmento que chamou atenção foi o de concessionárias de rodovias, já que alguns municípios começaram a adotar medidas de flexibilização da quarentena. Nesse sentido, há expectativa de que mais veículos circulem em estradas do país, daí a alta da Ecorodovias (23,74%) e da CCR (19,43%).
Empresa | Ticker | Desempenho no mês |
Via Varejo | VVAR3 | 34,97% |
Sabesp | SBSP3 | 34,63% |
Braskem | BRKM5 | 30,56% |
Magazine Luiza | MGLU3 | 30,18% |
Usiminas | USIM5 | 27,29% |
Ecorodovias | ECOR3 | 23,74% |
B2W Digital | BTOW3 | 23,62% |
Gerdau | GGBR4 | 19,81% |
CCR | CCRO3 | 19,43% |
B3 | B3SA3 | 18,71% |
Mas nem todas as empresas tiveram bom desempenho no mês. É o caso de companhias do setor aéreo - que vive um momento desafiador com a queda do número de viagens por causa da pandemia do novo coronavírus. É bom lembrar que, neste mês, a Latam entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos (sem que a operação brasileira tenha sido afetada), o que atesta o quadro bastante delicado. Nesse sentido, a Azul aparece como uma das ações que mais caíram em maio, assim como a fabricante Embraer - que no fim de abril viu a sua parceria com a Boeing ir pelos ares.
Mas a empresa que teve o pior desempenho é a resseguradora IRB Brasil que tenta se desvencilhar de um imbróglio em sua gestão. A Comissão de Valores Mobiliáriosabriu nesta semana dois inquéritos para investigar possíveis irregularidades que levaram à forte queda das ações e à saída dos principais executivos neste ano. Um deles vai averiguar a “suposta disseminação seletiva de informações a investidores e à possível propagação de informações inverídicas acerca da composição de seu capital social”.
Empresa | Ticker | Desempenho no mês |
IRB Brasil | IRBR3 | -20,94% |
Azul | AZUL4 | -17,93% |
Embraer | EMBR3 | -14,10% |
Cia Hering | HGTX3 | -10,70% |
Carrefour | CRFB3 | -9,15% |
JBS | JBSS3 | -7,93% |
Qualicorp | QUAL3 | -7,51% |
Cogna Educação | COGN3 | -6,68% |
Yduqs | YDUQ3 | -6,10% |
Pão de Açúcar | PCAR3 | -5,79% |