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Com menores juros da história, Tesouro capta US$ 750 milhões no exterior

O dinheiro veio da emissão de títulos da dívida externa com vencimento em janeiro de 2021, e arrecadou o menor valor da história para emissões no exterior

A taxa do título brasileiro foi 150 pontos maior que a dos títulos do Tesouro americano de dez anos (Divulgação/Banco Central)

A taxa do título brasileiro foi 150 pontos maior que a dos títulos do Tesouro americano de dez anos (Divulgação/Banco Central)

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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2012 às 19h32.

Brasília – O Tesouro Nacional captou US$ 750 milhões de investidores norte-americanos e europeus com taxa de juros de 3,449% ao ano – o menor valor da história para emissões no exterior. O dinheiro veio da emissão de títulos da dívida externa com vencimento em janeiro de 2021, feita hoje (3).

O governo pega dinheiro emprestado dos investidores internacionais por meio do lançamento de títulos da dívida externa com o compromisso de devolver os recursos com juros. Isso significa que o Brasil devolverá o dinheiro daqui a dez anos com a correção dos juros acordada, ou seja, de 3,449% ao ano.

Taxas menores de juros indicam menor grau de desconfiança dos investidores de que o Brasil não conseguirá pagar a dívida. Para papéis de dez anos, a menor taxa até agora tinha sido de 4,188% ao ano, obtida numa captação em julho de 2011. A emissão de hoje foi o primeiro lançamento de títulos da dívida externa em 2012. O último lançamento de títulos públicos no exterior havia ocorrido em novembro do ano passado.

Segundo o Tesouro Nacional, a demanda pelos papéis brasileiros permitiu conseguir juros mais baixos no mercado. A procura, informou o governo, foi maior que a oferta de títulos, mas os técnicos não divulgaram o valor exato.

A taxa do título brasileiro foi 150 pontos maior que a dos títulos do Tesouro americano de dez anos. Os títulos norte-americanos são considerados os papéis mais seguros do mundo. Segundo técnicos do Tesouro Nacional, a proximidade da faixa indica que a dívida brasileira está cada vez com menos risco de calote.

O Tesouro pretende ofertar mais US$ 75 milhões ao mercado asiático nas próximas horas. O resultado final da emissão será anunciado amanhã (4) pela manhã. Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais na próxima sexta-feira (6).

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