Mercados

Com menor criação de vagas nos EUA, dólar volta a R$3,70

Às 12h01, o dólar recuava 1,17%, a 3,7125 reais na venda, depois de tocar a mínima de 3,7052 reais

Cenário: o crescimento do número de vagas de emprego nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em julho (Andrew Harrer/Bloomberg)

Cenário: o crescimento do número de vagas de emprego nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em julho (Andrew Harrer/Bloomberg)

R

Reuters

Publicado em 3 de agosto de 2018 às 14h28.

Última atualização em 3 de agosto de 2018 às 14h44.

São Paulo - O dólar operava em queda e já tocou nos 3,70 reais na mínima da sessão, depois que a criação de vagas no mercado de trabalho norte-americano desapontou em julho, dando força ao gradualismo no aumento de juros nos Estados Unidos, e com maior otimismo com o cenário político doméstico.

Às 12:01, o dólar recuava 1,17 por cento, a 3,7125 reais na venda, depois de tocar a mínima de 3,7052 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 1 por cento.

"Os dados dos EUA não reforçaram uma conjuntura mais hawkish, então o mercado fica mais seguro para ir para o risco no curto prazo", explicou o operador da corretora H.Commcor Cleber Alessie Machado.

Segundo o Departamento de Trabalho norte-americano, o crescimento do número de vagas de emprego nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em julho, devido a dificuldades das empresas em encontrar trabalhadores qualificados, enquanto a taxa de desemprego diminuiu, indicando um aperto das condições no mercado de trabalho.

O número de empregos fora do setor agrícola aumentou em 157 mil no mês passado, ante previsão de abertura de 190 mil vagas. A taxa de desemprego caiu um décimo de ponto percentual para 3,9 por cento em julho, em linha com as previsões, mesmo com mais pessoas entrando no mercado de trabalho, em um sinal de confiança nas perspectivas de emprego.

A atividade de serviços nos EUA também veio mais baixa do que as projeções, com 55,7 em julho e estimativa de 58,6.

Assim, o dólar operava em baixa ante a cesta de moedas e caía mais forte ante as divisas de países emergentes, como o peso mexicano e o rand sul-africano.

A guerra comercial entre EUA e China continuava no horizonte dos agentes, depois que a China anunciou tarifas sobre 60 bilhões de dólares em produtos americanos em retaliação à maior tarifa anunciada pelo governo Trump sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses mais cedo nesta semana.

A cena política local também favorecia o recuo do dólar ante o real nesta sessão, com os investidores satisfeitos com a escolha da senadora Ana Amélia (PP-RS) como vice na chapa do pré-candidato Geraldo Alckmin (PSDB).

"Foi uma escolha muito boa. Ela é defensora da Lava Jato, atrai votos do Sul, pode tirar votos de Alvaro Dias (pré-candidato do Podemos), é idônea", resumiu um gestor de uma corretora estrangeira.

"Depois do apoio do centrão, Alckmin acertou também nessa escolha", acrescentou.

No final de julho, o mercado ficou animado quando o tucano conquistou o apoio dos partidos do blocão, isolando o candidato do PDT, Ciro Gomes, e conquistando o maior tempo de campanha televisiva, o que pode impulsionar sua candidatura que, até o momento, ainda patina nas intenções de voto.

O mercado prefere o tucano por seu perfil reformista.

O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, rolando 720 milhões de dólares do total que vence em setembro.

Se mantiver essa oferta e vendê-la até o final do mês, terá rolado o equivalente a 5,255 bilhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólarEstados Unidos (EUA)

Mais de Mercados

Realização de lucros? Buffett vende R$ 8 bilhões em ações do Bank of America

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Mais na Exame